Discípulos de Cristo Jesus

Vivendo Para a Glória de Deus!

A vida cristã deve ser vivida para a glória de Deus somente. Em tudo o que nos empenhamos e fazemos devemos procurar a glória de Deus. Paulo chegou a dizer que até mesmo as coisas mais curriqueiras da vida como o beber e o comer devem ser feitos para a glória de Deus (1Co 10.31).

Nenhum de nós viveremos na plenitude se não vivermos voltados para a glória de Deus. Pois, a plenitude da vida está em viver para a glória de Deus. A glória de Deus produzirá a verdadeira vida plena de satisfação em Deus.

O pastor e escritor John Piper foi feliz quando afirmou que Deus é mais glorificado em nós quanto mais nos alegramos Nele. A glória de Deus e nossa alegria são faces de uma mesma moeda. Quando procuramos verdadeira satisfação vislumbramos e refletiremos a glória de Deus. Pois, a verdadeira alegria resulta na contemplação apaixonada do único ser no universo que tem toda a glória e beleza. A contemplação da beleza de Deus nos deixa encantados e sobressaltados ante inenarrável resplendor.

O Breve Catecismo de Westminster indaga: Qual o fim principal de todo o homem? Ele mesmo responde: O fim principal de todo homem é glorificar a Deus e se alegrar Nele para sempre.

A nossa alegria e a glória de Deus é o propósito de Deus para nossas vidas e o alvo da vida cristã. Toda a plenitude da vida cristã se resume na contemplação do Ser eterno de Deus na Pessoa maravilhosa de Cristo Jesus pela obra persuadora e renovadora do Espírito Santo.

Soli Deo Gloria!

quarta-feira, abril 05, 2006

A Escolha que Deus Faz

Leitura Seleta: I Sm 16.10.


“... O SENHOR não tem escolhido a estes”.


Comentário: James Hastings escreveu que: “Davi não é simplesmente o maior dos reis que Israel já teve, ele é o maior em tudo. Ele tem domínio sobre todas as instituições de Israel. Ele é o menino pastor – o representante das suas classes operárias. Ele é o seu músico – o sucessor de Jubal e Miriam e Débora. Ele é o soldado – o conquistador dos Golias que poderiam roubar a paz. Ele é o seu rei – passando em revista as suas tropas e regulamentando seu Estado. Ele é o seu sacerdote – trazendo um espírito quebrantado e contrito para o lugar do sangue de bois e carneiros. Ele é o seu profeta – predizendo com seu último suspiro a perenidade de seu reino davídico. Ele é o poeta de Israel – a maioria dos seus salmos leva o nome dele”.

É interessante, depois de observar tudo que foi dito a pouco, é de causar certa surpresa que, na terceira menção de Davi no A.T., percebe-se que ele surge não como um herói, mas como um jovem que teria sido, durante a maior parte do tempo, desprezado pela família. Sem dúvida alguma, este é um dos pontos principais da passagem. Porque fica evidenciado, mesmo numa leitura rápida, que o autor está enfatizando que a decisão de escolher Davi para rei não foi feita pelo homem e sim por Deus.

Dissertação sobre o texto até o versículo dez.
E quando chegamos neste versículo lemos: “Assim fez passar Jessé a seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR NÃO TEM ESCOLHIDO A ESTES”.

Aprendemos Algumas Lições:

01. O SENHOR não escolhe pela aparência[1] – “não atentes para sua aparência”.
I Co 1.26: Porque vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. 27: Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. 28: E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são para aniquilar as que são; 29: para que nenhuma carne se glorie perante Ele. 30: Mas vós sois dEle, em Jesus Cristo, O qual para nós foi feito por Deus Sabedoria, e Justiça, e Santificação, e Redenção; 31: para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.

a) Aparência das pessoas:
Pv 28.21: Dar importância à aparência das pessoas não é bom, porque até por um bocado de pão um homem prevaricará.

b) Aparências das vestes:
Josué foi engano pela a aparência dos gibeonitas (Js 9). E as conseqüências foram grandes (II Sm 21).

c) Aparência dos homens:
Mt 22.16: E enviaram-lhe os seus discípulos, com os herodianos, dizendo: Mestre, bem sabemos que és verdadeiro e ensinas o caminho de Deus, segundo a verdade, sem te importares com quem quer que seja, porque não olhas à aparência dos homens.

d) Aparência dos julgamentos:
Jo 7.24: Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.
Samuel julgou segundo a aparência. Jessé julgou segundo a aparência. Os irmãos de Davi julgaram segundo a aparência. Saul julgou a Davi segundo a aparência. Golias julgou a Davi segundo aparência. Nós também julgamos segundo a aparência.
Queremos ser cheios do Espírito Santo, mas julgamos segundo a aparência.

e) Aparência da aparência:
II Co 5.12: Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração.
Aparentemente as pessoas gloriam-se nas aparências.

f) Aparência no olhar e confiança própria:
II Co 10:7: Olhais para as coisas segundo a aparência? Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo: assim como ele é de Cristo, também nós de Cristo somos.

g) Aparência do homem:
Gl 2.6: E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram;

h) Aparência da carne:
Gl 6.12: Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo.

i) Aparência de sabedoria:
Cl 2.23: as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne.

j) Aparência no servir:
Cl 3.22: Vós, servos, obedecei em tudo a vosso senhor segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus.

l) Aparência de piedade:
II Tm 3.5: tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.

m) Aparência se desvanece:
Tg 1.24: pois a si mesmo se contempla, e se retira, e para logo se esquece de como era a sua aparência (ARA).


02. O SENHOR não escolhe pela estatura – “não atentes para sua estatura”.
Talvez Samuel pensasse em Saul (I Sm 10.23-24).


03. O SENHOR não escolhe aqueles que queremos escolher.
Rm 9.16: Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.
Não depende do querer ou da atividade do homem, mas apenas do fato de Deus ter misericórdia.

Todo o esforço humano em reivindicar sua vontade para enlevar alguns dispersará em nada.

Para um homem ser escolhido por Deus não é um querer daqui debaixo, mas um Querer de cima.

Ser escolhido não está em nós mesmos. Não depende de nossa vontade, mas “...segundo o beneplácito de Sua vontade” (Ef 1.5).


04. Muitos são escolhidos pelos homens, mas rejeitados por Deus.
Veja o exemplo de Saul e dos irmãos de Davi.


05. Deus é soberano na escolha“...porque dentre os seus filhos Me tenho provido de um rei (v.01).
Jo 15.16: Não me escolhestes vós a mim, mas Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda. 19: Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, antes Eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece.

Tg 2.5: Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?

Um Deus que existe antes de todas as coisas, Criador de todas as coisas, está além de todas as coisas, sustenta todas as coisas, conhece todas as coisas, pode todas as coisas e realiza todas as coisas, está também no controle de todas as coisas. Esse controle completo de todas as coisas é chamado Soberania de Deus. Por isso, Ele escolhe quem quer.


06. Deus primeiro vê (conhece) antes da escolha – “...porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olhar para o coração” (v.07).
Só Deus conhece o coração (Jr 17.9-10).
Não adianta disfarces (I Rs 14).
Veja o contraste de aparência e coração nos versículos do tópico 01.


07. Quando Deus rejeita um homem, não adianta intercedermos por ele.
Primeiro, o SENHOR rejeitou ao Saul para que não reine sobre Israel (v.01).
Segundo, o SENHOR rejeitou os sete[2] filhos de Jessé (v.10). Em I Cr 2.13-16 temos os nomes dos seis irmãos de Davi e os nomes de suas duas irmãs.
13: E Jessé gerou a Eliabe, seu primogênito, e Abinadabe, o segundo, e Siméia, o terceiro, 14: a Natanael, o quarto, a Radai, o quinto, 15: a Ozém, o sexto, e a Davi, o sétimo. 16: E foram suas irmãs Zeruia e Abigail; e foram os filhos de Zeruia: Abisai, e Joabe, e Asael; ao todo três.

Em I Cr 27.18 lemos: “Sobre Judá, Eliú, dos irmãos de Davi...”.


08. A escolha de Deus baseia-se na Sua graça, ou seja, não é por méritos.
Rm 9.11: “Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), 12: foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor”.

“A discriminação divina entre Jacó e Esaú precedeu ao seu nascimento, a fim de que a finalidade da escolha de Deus pudesse cumprir-se na sua total independência do mérito humano e na dependência de Deus, em virtude de cujo chamado Ele dá eficácia à Sua eleição, é inteiramente ato livre Seu” [3].


09. Deus não escolhe desocupados!
O que faziam os irmãos de Davi quando Samuel chegou? Davi estava trabalhando entre as ovelhas. E você?




Notas:
[1] Na filosofia o termo é usado para indicar o contrário da realidade. Algumas vezes tem a conotação de ilusão ou falsidade, em contraste com aquilo que é real e verdadeiro. O mundo das aparências, isto é, o mundo físico, é chamado de ilusório nas religiões orientais e por alguns filósofos, e menos real em Platão, por ser transitório, ao passo que o mundo eterno é imperecível e imutável. O dicionário eletrônico Michaelis define como: s.f. 1. Aspecto exterior de alguma coisa; exterioridade. 2. Ficção; mostra enganosa.
[2] Um sétimo filho foi mencionado em I Sm 16.10; 17.12, mas não citado nominalmente. Talvez morresse na infância. Mas o porquê não foi citado na genealogia? Pressuponho que, como morreu novo, não teve descendência, portanto, não foi contado na genealogia.
[3] Carta aos Romanos, comentada por C. E. B. Cranfield – EDIÇÕES PAULINAS.

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