Discípulos de Cristo Jesus

Vivendo Para a Glória de Deus!

A vida cristã deve ser vivida para a glória de Deus somente. Em tudo o que nos empenhamos e fazemos devemos procurar a glória de Deus. Paulo chegou a dizer que até mesmo as coisas mais curriqueiras da vida como o beber e o comer devem ser feitos para a glória de Deus (1Co 10.31).

Nenhum de nós viveremos na plenitude se não vivermos voltados para a glória de Deus. Pois, a plenitude da vida está em viver para a glória de Deus. A glória de Deus produzirá a verdadeira vida plena de satisfação em Deus.

O pastor e escritor John Piper foi feliz quando afirmou que Deus é mais glorificado em nós quanto mais nos alegramos Nele. A glória de Deus e nossa alegria são faces de uma mesma moeda. Quando procuramos verdadeira satisfação vislumbramos e refletiremos a glória de Deus. Pois, a verdadeira alegria resulta na contemplação apaixonada do único ser no universo que tem toda a glória e beleza. A contemplação da beleza de Deus nos deixa encantados e sobressaltados ante inenarrável resplendor.

O Breve Catecismo de Westminster indaga: Qual o fim principal de todo o homem? Ele mesmo responde: O fim principal de todo homem é glorificar a Deus e se alegrar Nele para sempre.

A nossa alegria e a glória de Deus é o propósito de Deus para nossas vidas e o alvo da vida cristã. Toda a plenitude da vida cristã se resume na contemplação do Ser eterno de Deus na Pessoa maravilhosa de Cristo Jesus pela obra persuadora e renovadora do Espírito Santo.

Soli Deo Gloria!

terça-feira, dezembro 19, 2006

A Cognoscibilidade de Deus.

A Cognoscibilidade de Deus.
É possível conhecermos a Deus?
Podemos responder tanto positiva como negativamente.
Deixem-me começar respondendo negativamente. E começo com a afirmativa que Deus é incognoscível! Ou seja, Ele não pode ser conhecido em Sua essência. O homem é incapaz, por si mesmo, de conhecê-Lo. Nem os homens considerados gênios, com seu QI (quociente de inteligência) elevado, podem conhecer a Deus por uma investigação do seu próprio intelecto.
Infelizmente o homem deixou de reconhecer o conhecimento de Deus como algo que lhe foi dado na Escritura e começou a orgulhar-se de ter a Deus como seu objeto de pesquisa. E no curso do tempo tornou-se comum falar de descobrimento de Deus feito pelo homem, como se o homem alguma vez O tivesse descoberto. Ou, como muitos falam eufóricos, como já ouvi, ‘eu achei Deus!’, como se Deus estivesse perdido![1]
Por isso afirmo que o homem por si só não pode conhecer o verdadeiro Deus revelado nas Escrituras. Ele não quer se humilhar para buscá-Lo na Revelação Escrita. Os homens querem uma experiência mística.
Em segundo lugar, podemos responder positivamente. É possível conhecermos a Deus. E isto não porque somos habilitados por nós mesmos de conhecê-Lo, mas porque Ele Se revelou a nós (Jo 1.18; 1Co 2.9-16; 2Rs 17.13; Hb 1.1-4). Como somos incapazes[2] de conhecer, por nós mesmos, a Deus, Ele Se revelou e Sua revelação de Si mesmo é compreensível e clara. Deus não Se revelou em uma linguagem que não possamos compreender, mas Ele Se revelou na linguagem humana. O Deus Infinito, Incompreensível condescendeu a revelar-Se de tal forma à criatura finita que esta, despojada de seu orgulho pecaminoso, pode ter uma idéia correta de Deus. Idéia esta impressa nas Escrituras Sagradas. Em uma só reflexão: Deus só é conhecido porque Se fez conhecer. Só temos uma idéia correta de Deus porque Ele Se auto-revelou a nós.

Por que é importante termos uma idéia correta de Deus? É de suma importância termos uma idéia de Deus, porque isto determina não só a natureza da nossa religião, suas características, etc., como também a firmeza da nossa teologia. Descrever e conhecer Deus são, há um tempo, descrever a nossa teologia e definir a nossa religião – piedade. Um sistema religioso é forte ou fraco, segundo sua idéia de Deus. Isto é, se a idéia de Deus é parcial, imperfeita, assim será também o sistema em seu todo, bem como a vida daqueles que defendem tal sistema. Por outro lado, se a idéia é verdadeira, digna e correta, o sistema será igualmente verdadeiro, digno e correto, como também a vida dos seus defensores e seguidores. Como afirmou Charles Haddon Spurgeon:
“Já foi dito por alguém que ‘o estudo adequado da humanidade é o próprio homem’. Não me oponho à idéia, mas creio ser igualmente verdadeiro que o estudo correto do eleito de Deus é Deus; o estudo apropriado ao cristão é a Divindade. A mais alta ciência, a mais elevada especulação, a mais poderosa filosofia que possa prender a atenção de um filho de Deus, é o Nome, a natureza, a Pessoa, a obra, as ações e a existência do grande Deus... Nada é melhor para o desenvolvimento da mente do que a contemplação da Divindade.” [3].

O conhecimento de Deus é a fonte de toda a beatitude na vida cristão. Como observou corretamente James I. Packer:
“Para que fomos feitos? Para conhecer a Deus. Que alvo devemos estabelecer para nós mesmos na vida? Conhecer a Deus. O que é a ‘vida eterna’ que Jesus dá? Conhecimento de Deus (Jo 17.3). Qual é a melhor coisa na vida, que traz mais alegria, prazer e contentamento que qualquer outra? O conhecimento de Deus (Jr 9.23,24). Qual, de todos os estados em que Deus vê o homem, Lhe dá mais prazer? O conhecimento dEle (Os 6.6)”[4].

Acrescente-se que a “contenda do SENHOR”, com os habitantes da terra, fora promovida pela falta do “conhecimento de Deus” (Os 4.1). E que “O... povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” (Os 4.6ª; cf. Pv 13.13). E ainda, Deus nos rejeita como sacerdotes se rejeitamos o conhecimento. Rejeitar o conhecimento equivale a esquecer a Lei do teu Deus (Os 4.6b). O povo de Deus é transtornado quando não tem entendimento (Os 4.14; cf. Is 1.3). O povo não se arrepende porque “não conhecem ao SENHOR” (Os 5.4). Somos exortados a não sermos passivos no conhecimento (Os 6.3). A ingenuidade não é uma virtude do cristão, é causada pela falta de entendimento (Os 7.11; Cf. Pv 1.5,22,32; 7.7; 8.5; 9.4,13-16; 10.13; 14.15,18; 19.25; 21.11; 22.3; 27.12 – estes versículos mostram que o simples[5] carece de entendimento e conhecimento. A Palavra do SENHOR dá sabedoria aos símplices[6] – Sl 19.7).

Confesso que, ao finito não cabe definir o Infinito. Ainda assim, tem valor a tentativa, porque ainda que se não consiga inteiramente atingir o alvo delineado, só o ato de procurar definir nos proporcionará uma idéia melhor do que a que tinha antes. Negar a possibilidade de conhecer a Deus é negar a Sua revelação. O teólogo – aquele que se empreende a conhecer a Deus – não estuda Deus em Si, mas Deus em Sua Revelação. Tendo isto em mente, seremos bem-aventurados se prosseguirmos para o alvo de tamanha envergadura! Que Deus nos ajude a conhecê-Lo.

01. Três fontes de conhecimento acerca de Deus.
1) Razão e intuição humana.
Refere-se ao que o homem pode imaginar, sonhar ou pressupor a respeito de Deus.

2) Tradição e experiência.
Refere-se ao que os outros disseram, experimentaram ou concluíram acerca de Deus, inclusive nos antigos credos da igreja, confissões e tradições.

3) Revelação.
Refere-se a Deus tornando-Se conhecido do homem de forma compreensível:
a) Revelação Geral:
(1) Por meio de Sua criação (Sl 19.1-6).
(2) Para indivíduos (Gn 5.21-24; 6.13; 7.1; 9.1; 12.1-3; Ex 3.3-10; 12.1; 1Sm 3.2-4; 23.9-12; Is 6.8 e etc.).

b) Revelação Especial:
(1) Em Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo (Jo 1.1,18; 7.17; 6.58,69; 8.40; 12.46; 14.6-11; Hb 1.1-4). Ao ler estas referências devemos está cientes, que Aquele que nos revela a Deus é “...O Amém, a Testemunha Fiel e Verdadeira...” (Ap 3.14).
(2) Através de Sua Palavra (Sl 19.7-14).
Todo o cristão se volta para as Escrituras Sagradas como a única fonte suprema e infalível para a construção de sua teologia[7].
No Antigo Testamento as palavras, como um meio de revelação, ocupam um lugar de destaque em cada livro. A frase mais comum empregada nesse sentido é “a Palavra do SENHOR veio a...” (Gn 15.1; 2Sm 7.4; 1Rs 6.11; 17.2 e na maioria dos profetas). O principal vocábulo hebraico traduzido por “palavra” é dãbãr. A forma verbal, de acordo com Jacob, pode significar “estar atrás e empurrar”. Uma palavra, portanto, é a projeção do que está atrás – ou seja, o que transpõe para um ato o que está no coração[8].
Os Dez Mandamentos são chamados as “Dez Palavras” (Ex 20.1; 24.3,48; 34.1,27,28). Essas “Palavras” constituem o cerne da revelação de Yahweh; nelas Yahweh afirma Sua vontade e ser o Senhor Soberano[9].

02. Por que é possível o homem finito conhecer o Deus infinito?
a) Deus escolheu revelar-Se a Si mesmo ao homem (Ex 3.1-6,13,14; Dt 29.29).
b) Deus fez o homem à Sua própria imagem espiritual com a capacidade de relacionar-Se com Ele através da mente, da vontade, das emoções e da personalidade (Gn 1.26,27).
c) Deus comunicou-Se com o homem em linguagem compreensível (Gn 2.15.17; Hb 1.1,2).
d) Deus deseja que o homem O busque e O encontre (Jr 29.13; 1Cr 28.9).
e) Deus nos deu o Seu Santo Espírito para que possamos conhecê-Lo e compreendê-Lo mais plenamente (1Co 2.10-13).

Afirmamos que o nosso estudo sobre Deus haverá de concentrar-se primordialmente naquilo que Deus revelou de Si mesmo, através de Sua revelação especial, a Sua Palavra.

03. A Incompreensibilidade de Deus.
Nenhum ser humano tem a habilidade de compreender a Deus exaustivamente. Existe uma barreira que impede a compreensão total e abrangente de Deus. Somos criaturas finitas; Deus é um Ser infinito. Nisto reside o nosso problema. Como o finito pode compreender o infinito? Os teólogos medievais tinham uma frase que se tornou um axioma dominante em todo estudo posterior de teologia: “O finito não pode apreender (ou conter) o infinito”. Nada é mais óbvio do que isso: um objeto infinito não pode ser comprimido dentro de um espaço finito.
Esse axioma comunica uma das doutrinas mais importantes do Cristianismo ortodoxo. É a doutrina da Incompreensibilidade de Deus. O termo pode ser mal-interpretado. Pode nos sugerir que, já que o finito não pode “apreender” o infinito, então não podemos saber nada sobre Deus. Se Deus está além da compreensão humana, isso não insinua que toda a nossa discussão religiosa não passa de tagarelice teológica e que, quando muito, somos deixados com um altar destinado a um Deus desconhecido?
Essa de maneira alguma é a intenção. A incompreensibilidade de Deus não significa que não sabemos nada sobre Ele. Antes significa que nosso conhecimento é parcial e limitado, muito além de um conhecimento ou de uma compreensão plena. O conhecimento que Deus nos dá através da revelação é real e útil. Podemos conhecer a Deus na mesma medida em que Ele escolhe Se revelar a nós. O finito pode “apreender” o infinito, mas o finito jamais poderá abarcar completamente o infinito. Sempre haverá mais sobre Deus do que podemos apreender. Ele não é compreensível exaustivamente.
A Bíblia se refere a isso da seguinte maneira (cf. Dt 29.29). Martinho Lutero referia-se a dois aspectos de Deus – o oculto e o revelado. Uma porção do conhecimento divino permanece oculta de nossa vida. Trabalhamos à luz do que Deus nos revelou.



[1] Discordo, também, plenamente da exposição de Tommy Tenney ao referir-se a Deus como uma caça, em que os peritos caçadores O encontram. O Deus da Bíblia é o Deus que Se revela e não que Se esconde como uma caça amedrontada de seus caçadores. E mais, como afirmei em outros escritos, o Deus que Martinho Lutero temia é o Deus que Tommy Tenney está caçando! Totalmente ridículo! Cf. no livro os Caçadores de Deus.
[2] Confira a incapacidade do homem, por si só, de conhecer a Deus em Rm 3.9-18. Para mais detalhes reporte-se a pág. 3 de Introdução à Bíblia no item: 2. Somos pecadores e nota quatro.
[3] Citado por James I. Packer em O Conhecimento de Deus – Editora Mundo Cristão.
[4] Em O Conhecimento de Deus – Editora Mundo Cristão.
[5] A palavra hebraica é petî. O verbo que se forma com esta palavra significa enganar ou seduzir (como em Pv 1.10), e o petî é, assim, o tipo de pessoa que é facilmente desviada, ingênua, boba. Mentalmente, é ingênua (Pv 14.15; Cf. Pv 22.3); moralmente, é teimoso e irresponsável (Pv 1.32). O homem de cabeça vazia acabará tendo uma cabeça errada. De fato, para as cabeças vazias, aqueles que Provérbios chama de HAsar-lêb, insensato, a ‘estultícia’ é a ‘alegria’ (15.21), pois nada melhor têm para fazer senão “correr atrás de coisas vãs” (12.11). O simples é o irmão mais novo do insensato em Provérbios. Para maiores informações consulte Derek Kidner em Provérbios: Introdução e Comentário – Edições Vida Nova.
[6] A palavra hebraica traduzida aqui como “símplice” deriva-se de uma raiz que fala de uma porta aberta. O antigo povo judeu descrevia uma pessoa de mente simples como alguém que tinha uma cabeça semelhante a uma porta aberta: tudo pode entrar; tudo pode sair. Não sabe discernir entre o que reter e o que recusar. É uma pessoa notável, totalmente ingênua, incapaz de avaliar a verdade. Não possui qualquer padrão pelo qual possa fazer um julgamento. C.f. John MacArthur, Jr. Em Como Obter o Máximo da Palavra de Deus – Editora Cultura Cristã.
[7] Consulte Henry Clarence Thiessen em Palestras em Teologia Sistemática – Editora Batista Regular – para maiores detalhes.
[8] Ralph L. Smith em Teologia do Antigo Testamento – História, Método e Mensagem – Edições Vida Nova. Excelente livro na Área bíblico-teológica.
[9] Ralph L. Smith em Teologia do Antigo Testamento – História, Método e Mensagem – Edições Vida Nova. Excelente livro na Área bíblico-teológica.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Os Acontecimentos Para a Igreja Após o Arrebatamento


Existem dois acontecimentos retratados nas Escrituras, de significado escatológico especial, dos quais a Igreja tomará parte após o arrebatamento os quais são:
O Tribunal de Cristo
Em II Co 5.10 e Rm 14.10, embora na última passagem a leitura correta seja O Tribunal de Deus, é declarado que os crentes serão examinados diante do Filho de Deus. Isso é explicado com maiores detalhes em I Co 3.9-15.
O tribunal de Cristo acontecerá depo is do arrebatamento da igreja, e durante a grande tribulação, que estará acontecendo aqui na terra, que se dará em duas partes:
A: Purificação da Igreja.
Todos os salvos estarão frente a frente com o Senhor Jesus Cristo, e de acordo com a palavra de Deus que diz que não há nada encoberto que não seja revelado, Hebreus 4:13, Mateus 10:26, todos os participantes do arrebatamento terão suas vidas reveladas perante todo o Céu, ou seja: pecados não confessados, erros não admitidos, pensamentos levianos, mal uso da liberdade Cristã, falta de amor etc. Imaginemos agora nossas vidas sendo mostrada perante os apóstolos, missionários, pastores..., imaginem só o cordeiro de Deus dizer publicamente os nossos erros, se hoje podemos esconder nossos maiores defeitos, naqueles dias nos sentiremos nus. É melhor seguirmos o conselho do apóstolo Paulo que diz: "Se nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados I Co 11.31, Fl 4.5”.
Quero lembrar o leitor, que todos nós somos pecadores, mesmo depois de aceitarmos a Cristo em nossos corações, ainda pecamos, e por isso o apóstolo Paulo escreveu aos Romanos a dizer no capítulo 7:19 "Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço", e o apóstolo João escreveu em sua primeira carta no capítulo 1:8 "Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós", e por esta razão, mesmos os crentes terão que passar pela purificação, pois existe pecado para a morte e pecado que não é para a morte I Jo 5.16.
B: A Recompensa por todo trabalho feito a Deus - I Co 3:10 a 16.
Neste evento o Senhor Jesus Cristo irá recompensar as boas obras, ou seja, o Senhor irá retribuir grandiosamente aqueles que trabalharam em prol de sua obra aqui na terra. Serão recompensados os apóstolos, missionários, pastores, presbíteros, evangelistas, diáconos, professores, pedreiros, serventes, faxineiros, carpinteiros, pintores, motoristas, obreiros em geral, tesoureiros, secretários e membros..., desde que estes estejam trabalhando com amor na igreja ou em outro local, com o único objetivo: o crescimento da obra de Deus.
Existem pessoas hoje que para fazer algo na igreja, dão uma lista de direitos que dizem ser de DIREITO adquirido, não pensam que são voluntários, e se o fazem de outra forma a não ser voluntariamente e sem almejar algo em troca, sinto muito em dizer, suas obras serão todas queimadas, quando posta a prova, pois toda e qualquer obra, até mesmo a nossa ida aos cultos será provada pelo fogo, se alguém hoje faz a obra de Deus como quem está obrigado a fazer, saiba que não terá recompensa alguma por isso, e já está na hora de mudar este conceito, as obras de ouro possuem maior valor que as obras de palha ou de madeira, isto porque foram valorizadas por aqueles que o fizeram. Existem aqueles que não valorizam o que fazem, não gostam de ficar cuidando da igreja, limpando os bancos, cuidando da segurança da igreja e outros.
Deus valoriza a cada obra que fazemos, ele não faz acepção alguma, o homem sim é que faz acepção de boas obras ou más, mas tudo que se faz para Deus deve ser valorizado e quanto mais difícil for mais ainda devemos nos esforçar para realizá-lo para Deus, portanto a diferença entre obras de ouro com as de palha, é o valor que damos para o que fazemos, se valorizarmos aqui na terra, Cristo nos dará uma recompensa do mesmo valor lá no céu.
O galardão que o Senhor dará como recompensa pelo trabalho feito a Deus será utilizado no reinado de Cristo aqui na terra, em Jerusalém, pois para que alguém precisará de coroa a não ser para participar de um reinado e isto fica muito claro se compararmos as promessas de Cristo como recompensa conforme abaixo:
E reinarão com ele mil anos – Ap 20.6.
E lhe darei poder sobre as nações – Ap 2.26.
E concederei que se assente comigo no meu trono – Ap 3.21.
E dar-te-ei a coroa da vida – Ap 2.10.
De acordo com as promessas de Jesus acima relacionadas, aqueles que vencerem terão coroas, poder sobre nações, isto mostra a intenção de Cristo em colocar os seus servos como reis de países deste mundo, quando o próprio Senhor estiver reinando em Jerusalém; se meditarmos sobre esta posição, verificamos que se torna um tanto clara, pois o Senhor estará em Jerusalém reinando, e ele colocará servos de Deus para cuidarem dos demais países, sempre estando debaixo de sua autoridade, mas só estará nesta condição perante o Rei aqueles que trabalham em prol da obra de Deus com muita fidelidade. E quando Deus diz que sobre o muito te colocarei, este muito é muito mesmo, por exemplo, ser Presidente da América, Brasil, Argentina, França. É para isto que servirá os galardões. Servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei, Mateus 25.23.
As Bodas do Cordeiro
Em muitos trechos do Novo Testamento a relação entre Cristo e a Igreja é revelada pelo uso de figuras do noivo e da noiva (Jo 3.9; Rm 7.4; II Co 11.2; Ef 5.25-33; Ct 2.4; Ap 19.7, 8; 21.1-22). Na translação da Igreja, Cristo aparece como o noivo que leva a noiva conSigo, para que o relacionamento que foi prometido seja consumado e os dois se tornem um.
Quando Cristo celebrou a Ceia junto com os apóstolos, o Senhor revelou sua ansiedade de realizar a Grande Ceia Nos Céus, Mateus 26:29, ou seja, uma Ceia com a participação de todas as pessoas que aceitaram a Cristo Jesus. Isto e tão maravilhoso, que é também chamado de O Casamento De Jesus Cristo Com A Sua Igreja, a quem o apóstolo Paulo chama de Virgem Pura, II Co 11:2 e a chama como alguém que anela por vê-la, Ct 2:13. Neste dia todos estarão felizes, Deus nosso pai Celeste, Cristo Jesus nosso Senhor, o Santo Espírito de Deus, os Anjos, os apóstolos de Cristo, os Profetas e todos os demais, pois se hoje há quem goste de festa, onde existem muita beleza, imaginem uma festa nos Céus, sob a maravilhosa organização celeste. E se num casamento o noivo está muito elegante, imaginemos, então, o Senhor Jesus Cristo como estará? E se a noiva num casamento terreno é muito linda, como estará maravilhosa a igreja de Cristo, que estará com vestes brancas, puras, Ap 3:5, 7:9, 19:8. É bom lembrar o leitor que a beleza das vestes da igreja será conquistada aqui mesmo na terra, antes do arrebatamento, a qualidade está na Justiça Dos Santos, esta é a verdadeira roupa do Cristão, Lv 19.35 e 36 e purificada no sangue do cordeiro Ap 14.4, I Jo 1.7 e quem poderá, então, perguntar se existem alguém contra, visto que Cristo morreu por amor a igreja e a igreja foi toda purificada no Tribunal De Cristo. De maneira alguma poderemos perder esta festa por falta de vigilância, Mt 25.1-13.
Poderíamos colocar em questão o porquê a noiva de Cristo não seria os Judeus ao invés da igreja, visto que a igreja é formada por gentios. Mas o que ocorre é que Israel é a nação escolhida de Deus, chamados filho de Abraão, e também temos que considerar que outros grandes homens de Deus se casaram com mulheres gentias.
José no Egito se casou com uma gentia – Gn 41.45.
Moisés casou-se com Zípora – Ex 2.21.
Soli Deo Gloria!
Extraído de nossa Apostila sobre a Segunda Vinda de Cristo.

Como Promover Harmonia e Paz no Lar

INTRODUÇÃO

Nos anos 710 a.C. Oséias já tinha escrito que o povo estava perecendo por falta de conhecimento. Hoje, muitos casais têm sido alvejados pelo diabo que sem misericórdia lança dardos inflamados dentro dos lares por conta da falta de conhecimento espiritual e secular. Muitos vieram de família sem cultura secular e trouxeram em suas bagagens preconceitos, tabus e tradições que geraram situações desconfortáveis e constrangedoras no seio da família. Isso atiçou a pais e as igrejas a ensinarem erroneamente os filhos com incentivos caracterizados por experiências pessoais sem buscarem conteúdo bíblico para tais comportamentos.
Chegou a ora de uma reciclagem total tanto na Igreja quanto nos conceitos familiares. Essa obra está sendo impressa em apostila a fim de ajudarem a casais a se manterem em um padrão tolerável e aceitável, sem ofenderem ao Espírito Santo e a Palavra de Deus.

O QUE A BÍBLIA FALA SOBRE VIDA A DOIS?

O casamento é recomendado por Deus (Pv. 18:22; Gn. 2:24; Mc. 10:9);

Deve ser procurado ainda na tenra idade (I Tm. 5:14; I Tm. 3:12);

Só se deve ter uma mulher (I Tm. 3:12; Dt. 17:17; Mt. 19:4; Ml. 2:15; I Tm. 3:2);

É digno de honra (Hb. 13:4) deve ser considerado como algo sagrado;

Exemplos negativos de casamento:

a) Insubmissão: (Gn. 13: 8-13);

b) A tentativa frustrada de ajudar a Deus. A nossa vida espiritual está acima de qualquer coisa não devemos jamais se omissos ou conivente com o erro (Gn. 21: 9b);

c) Isaque e Rebeca: Não se deve passar a imagem de predileção para os filhos. Isaque tinha Esaú como seu predileto, enquanto Rebeca tinha Jacó. Isso causou sérios transtornos para ambos, pois o futuro de ambos foi comprometido por causa dessa desavença familiar (Gn. 25:28);

d) Jacó teve serias crises com o seu pai e seu irmão por causa de um erro materno (Gn. 27: 1-14):

§ Problemas com o sogro (Gn. 29: 21-30);

§ Discórdia por não ter uma mulher fértil (Gn. 29:21; 30: 1-6);

§ Problemas com a filha Diná. Foi dramática a situação que isso gerou um grande genocídio (Gn. 34: 2-30);

§ Predileção por José criando raízes de ódio nos demais filhos (Gn. 37: 1-36);

§ A vida de Jacó foi por demais complexa e cheia de contradição; dado ao ensino recebido por seus genitores. Cuidado com o que seu filho aprende de você. Isso poderá servir como benção, mas também poderá servir como maldição.
d) Moisés: Moisés foi outro que enfrentou situação difícil exatamente por causa da criação dos filhos (Ex. 5: 24-26);

Enfrentou situação constrangedora e difícil com seus irmãos (Ex. 32: 1-10);

e) Sansão: esse juiz teve problemas de ordem sexual. Isso causou uma separação entre ele e Deus (Jz. 14: 1-20; 16: 4-22);

f) Eli: também teve graves problemas que resultaram em vingança de Deus por falta de ensino adequado. Não cubras os pecados dos filhos por Deus requererá (I Sm. 2: 22-26; 8: 1-3);


Obs. O maior exemplo de desastre conjugal que podemos relacionar foi o de Davi. Por causa de seus sérios desvios de caráter grandes males vieram sobre sua vida e de sua família:
Ciúme de Mical: (II Sm. 6: 20-23);

Moral questionada (II Sm. 11 e 12);

Fruto do adultério morre (II Sm. 12: 15-25);

Problemas com os filhos Amnon e Tamá. Incesto no lar (II Sm. 13: 1-36);

Absalão e sua rebeldia levam-no a matar seu irmão Amnon (II Sm. 13: 1-36);

Adonias era um dos filhos prediletos que acabou traindo o pai (I Rs. 1: 5-23);

Absalão conspira contra o próprio pai (II Sm. 14:1; 18:33);

A BENÇÃO DO CASAMENTO

A Bíblia revela os passos para o casamento como algo lindo (Pv. 30: 18,19);

O Diabo faz grandes ataques ao casamento (Dt. 24:1; Ef. 4:19; II Co. 12:21; I Co. 5:1; I Co. 7:27; Mt. 5:31);

Todos os casais recebem a bênção de Deus na vida, pois o matrimônio é uma dádiva de Deus (Pv. 18:22);

É necessário nos lembrar que existem alguns problemas matrimoniais que fogem do âmbito espiritual como jejum, oração e vem para o âmbito natural (diálogo);

Temperamentos são a causas de várias crises matrimoniais. Os temperamentos devem ser controlados pelo Senhor Jesus (Fl. 4:7);

Quando percebemos que o caldo vai entornar que vai haver discussão devemos nos calar de dar um tempo até que tudo se acalme (Pv. 19:13; 17:14);

Precisamos compreender as limitações do cônjuge considerando de onde veio e como foi a criação. Saber o que aconteceu para entender os traumas e complexos – (Ec. 9:9). Exemplos: quando uma amiga surpreendeu o pai com outro na cama de sua mãe;

Os problemas culturais e sociais também afetam o bom desempenho familiar. É necessário avaliar:

§ A forma de criação (Et. 1:20);

§ Ao trazer hábitos do lar de origem (arrumar casa, não arrumar, comida, forma de cozinhar, manias, etc);

É necessário avaliar os gostos e desejos do cônjuge para não haver decepção mais tarde (donos da verdade – Pv. 25:24);

Devemos ter o cuidado de não avaliar o irrisório causando com isso confusão e desatinos no lar. Exemplos: (palitos de dente no chão, ronco – Pv. 09- 23);

Precisamos ter cuidado com as conversas que nos chegam aos ouvidos e não valorizar tudo (Pv. 25:17);

PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA UMA VIDA A DOIS SAUDÁVEIS

1) Independência dos pais (Gn. 2:24):

§ Financeiramente

§ Nas decisões (não esquecendo que o conselho é bom)

§ Moradia.

2) Tem que haver uma vida sexual abundante no lar (I Co. 7: 3,4). Não invente desculpas, entenda sempre o direito do cônjuge.

a) Não se deve reivindicar a vida sexual somente quando lhe da vontade (I Co. 7: 10);

b) O corpo é um direito do cônjuge (I Co. 7:5);

c) O cônjuge não deve pensar que é o garanhão e as vezes com isso não respeita nem o período de regra da mulher e muito menos o período de resguardo (I Pe. 3:7; Cl. 3:19);

d) Deve haver democracia no lar principalmente nos momentos íntimos (I Pe. 3:1);

e) Ambos devem sentir o prazer proporcionado pelo sexo (I Co. 7:5; Ef. 5:28);

f) Ambos devem procurar o relacionamento íntimo. Essa vontade precisa sair de ambos para que haja harmonia e nenhum venha se sentir cobrador ou insaciável (I Co. 7: 10,11; 5:18)

g) Em caso de abstinência ambos devem consentir e caso não haja acordo que não se faça nenhum voto, pois este voto não será aceito pelo Senhor (I Co. 7:5);

Obs. A não observância desse tempo pode levar os cônjuges ou um dos a cometer impureza, ou que moral levando ao adultério e até mesmo a impureza do corpo, a masturbação;

h) Devem ser observados o ritmo e freqüência dos encontros íntimos (I Co. 7:5);

3) A relação sexual é para satisfação e procriação (Mt. 19: 1-2; Pv. 5: 18-20);

a) Deve proporcionar carinho (Ct. 1: 2,13,16);

b) Deve ser cultivado e apaixonado (Ct. 2:14);

c) Deve ser precedido por elogios (Ct. 4: 1-5);

d) Deve proporcionar prazer (Ct. 4:10);

e) Deve ser cultivado com galanteio (Ct. 5:35);

f) Deve promover a vontade, observando a higiene (Ct. 5: 13,14 );

g) Deve promover a autoestima especialmente na mulher (Ct. 7: 1-9);

4) Profunda participação nas decisões

a) Nas decisões do lar (Pv. 31:27);

b) Nas economias (João teimoso – Pv. 31: 24, 27);

c) Nas decisões pessoais (II Co. 6: 14,15). Não devemos nos esquecer que não perdemos a personalidade, porém é necessário dividir algumas questões de foro íntimo.

5) Capacidade de perdão (Mt. 18: 15-22). Lembre-se:

a) A mulher é auxiliadora (Pv. 31:14);

b) O homem é a cabeça (Ef. 5: 23, 33);

c) Goste de você mesmo (Pv. 3:27)

d) Valorize a sua companheira (Pv. 31: 10-12);


PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA O CASAL

1) Para o marido:

a) Deve ser o cabeça do lar (Ef. 5: 23-25). Não confunda com inteligência, entenda como autoridade e domínio;

§ Nenhuma mulher gosta de mandar, ela deseja ver o seu marido dominando tudo. Deus a fez submissa ainda que ela tenha vida financeira “independente”, ainda que venha a gerir as necessidades do lar por causa da adversidade. Ela sempre desejará que o marido controle a situação (Cl. 3:19; Gl. 5: 22,23; Ef. 5:28);

§ Saiba tomar decisões. Ela sempre encaminhará as decisões do lar para o marido: “é seu pai quem sabe” “a decisão é sua”. Essas frases são comuns em um lar em que o marido sabe tomar decisões;

§ É natural que os filhos usem as mães como escudo e intermediária exatamente por conta dessa cultura arraigada no coração.

b) Deve oferecer a esposa um amor além do romântico (Cristo e a Igreja);

A mulher vive em função do marido e do lar, tudo o que ela faz e para agradar. Enquanto há elogios, prazer ela fará não por obrigação, mas por amor, não haverá no lar: negativismo, complexo ou depressão.

c) Deve cuidar da vida espiritual no lar (Ef. 5:26);
O pai que não ora com o filho, enquanto pequeno terá que necessariamente orar por eles quando cresceram. Alguns minutos com os filhos em oração criará memórias que jamais se apagarão (Dt. 4:9);

A família é como uma unidade básica da sociedade. Essa liderança precisa ser administrativa e espiritual (Pv. 22:6);

O lar se torna um altar, quando colocamos Deus em nossa família.

d) Deve tratar a esposa com elegância e afabilidade (I Pe. 3:7);

§ Nunca deixe o galanteio e os elogios envelhecerem. O que a mulher faz ela o faz para o marido. Ajude-a a valorizar sua auto-estima. Ela é muito mais que passadeira, lavadeira ou faxineira. Ela é sua companheira.

§ Nunca faça comparações com outras pessoas, isso gera ofensas nas entrelinhas (propaganda da pomada Pond-s);

e) Deve participar da vida do lar com discernimento (I Pe. 3:7);

§ A mulher deve sentir segurança quanto às atitudes do marido, seja padrão e não patrão. Não seja passivo e encostado não perca o cajado do lar.

f) Deve considerar a esposa como sexo mais frágil (I Pe. 3: 7b);

§ Compreenda as limitações de sua esposa. Ainda que não seja do seu gosto, contudo Deus a fez companheira. Você teve oportunidade de conhece-la antes de se casar (Gn. 2:24).

g) Deve ter o cuidado de não interromper a bênção de Deus no lar (I Pe. 3:7);


h) Que o marido tenha tempo para ela:

§ Saia, passeie, divirta-se com sua companheira. Arranje tempo para o lazer, faça com que sua esposa se sinta amada e valorizada, busque-a no emprego vez ou outra.

§ Ajude a sua companheira nos afazeres do lar, dê banho nas crianças, lave as roupas, limpe a casa. Isso é valorizar a esposa (I Tm. 5:8);

i) Deseja que o marido se sinta atraído por ela (Pv. 5:18,19);

j) Que o marido se lembre de datas importantes;

k) Que o marido seja alegre e sensível entendendo o limite dela (Pv. 15: 13,18);

l) Que o marido a encoraje (I Pe. 3:7);

m) Que você não grite com ela (Ef. 4:29; Pv. 16:24);

n) Que o marido a proteja (Ef. 5:31);

o) Que o marido confie nela sempre (Pv. 31:11).

2) Para esposa:

a) Deve ser submissa (Ef. 5:22; Cl. 3:17; I Pe. 3: 1);

§ Isto significa participação mutua no casamento, sabendo que as decisões devem partir dele e também a última palavra.

b) Deve amar de maneira abnegada (Tt. 2:3);

c) Deve respeitar (Ef. 5: 23, 33);

d) Deve ser sensata e honesta (Tt. 2:4);

e) Deve ser boa dona de casa (Tt. 2:4; Pv. 31:13, 15, 27);

f) Deve ser bondosa (Pv. 31:20);

g) Deve entender que a sua beleza vem do coração (I Pe. 3: 4,5);

h) Não seja rixosa (Pv. 17:14; 19:13; 15:18; 21: 9,19);

i) Deve ser asseada (Pv. 31:22; Ct. 5:5);

j) Deve ser responsável, compreensiva e sábia (Pv. 14:1; 31: 10-12; Fl. 4: 12-13);

k) Deve ser valorosa e auxiliadora (Gn. 2:18; Pv. 18:22).

ALGUMAS SITUAÇÕES QUE DEVEM SER IGNORADAS NO CASAL

Obs. Olhar o passado e reviver esse passado. É como mascar chiclete velho, provoca nojo e nenhum prazer (Is. 43:1);

Não lhe interessa o grau de intimidade que seu cônjuge teve com o(a) ex. namorado(a). Isto pode inclusive ser uma arma do diabo para gerar fantasias nocivas ao casamento.

Não exija o cônjuge o que você não pode oferecer (virgindade);

Se alguma coisa do passado lhe provoca, procure o tempo certo para expor (fotos antigas de namorado (a)).

Nunca se esqueça que a condenação foi retirada por Jesus por um preço de sangue (Rm. 8:31; I Co. 13: 4; II Co. 5:17);

Nunca deseje que o seu passado seja o seu presente. Isso magoa o cônjuge (Fl. 3: 13,14);

Em qualquer circunstância, mantenha o seu casamento. Não entregue o(a) seu(sua) companheiro(a) a outro(a) (Rm. 5:5);

INIMIGOS DO CASAMENTO

Infidelidade: (Rm. 1:31,32; Mt. 5: 32; 21:43; Jó 24:15; Rm. 7:3; I co. 6:9; II Pe. 2:14);

§ Nunca é tarde para recomeçar;

§ Perdoar o adultério é digno (I Jo. 1: 7-9; Jo. 4: 1-42);

§ Os perigos eminentes da vida podem provocar uma queda (Jo. 16: 7-11; Gl. 5: 16-21);

§ Analise a situação e conte o seu pecado ao seu cônjuge. A confissão é o alicerce do arrependimento. A avaliação deve ser ponderada com um pastor e o uso da coerência deve falar mais alto. O que será melhor. Isso depende do temperamento.

§ O pecado cometido gera vulnerabilidade, mas o arrependimento cria asco, nojo ao pecado.

§ Não fantasie nada que não seja sua esposa (Mt. 5:28; Ef. 4:8; II Co. 10:5; Pv. 23:7);

§ Carícias é lícito desde que não seja uma devassidão (Hb. 13:4; Ct. 2:6; Rm. 1: 24-27);

§ Deseje sempre aquele(a) que Deus lhe deu (Ex. 20:17; Hb. 13:4);

a) Mentiras (Pv. 19: 5-9);

§ Você precisa promover salvação dentro do seu lar (Ef. 5:25-27). Que tipo de exemplo o seu filho de seguir?

§ Não pode haver segredos nem omissões. Tudo tem que provocar dialogo. Isso promove confiança e satisfação. A mulher tem o poder de ajudar o marido em tudo, inclusive nas adversidade da vida;

§ No lar em que a confiança estampa, tudo é comum a todos.

§ Nunca se esqueça que ambos hão de prestar contas diante de Deus (Ec. 11:9; 12:14).

b) Ciúmes (Ct. 8:6; I Co. 13: 4-7);

§ Esse mal é a prova real da desconfiança. Não deixe o zelo cair no desuso (Pv. 6:34);

§ A esposa precisa saber que qualquer coisa que disser será respeitada e entendida. Ela precisa ter liberdade para dizer o que pensa e o direito de ir e vir.

c) Amargura (Ef. 4:31; Hb. 12:15; Tg. 3:14);

§ Tenha cuidado com os perigos ao longo da estrada (bueiros, armadilhas, campo minado). Observe sempre a placa de advertência: “na dúvida não ultrapasse” (I Ts. 5:21; I Pe. 5: 8,9).

d) Falta de tempo (Sl. 90:12; I Co. 7: 29,31; Ef. 5:15, 16; Cl. 4:5);

§ Invista no seu casamento (valor inestimável).

§ Não brinque com o perigo. Não promova o perigo (roleta russa). Lembre-se Sansão brincou até pecar. Não flerte com o diabo, essa compactuação pode ser fatal (I Ts. 5:22; Mt. 22:4).

e) Perda do romantismo (Cl. 3:19; Ec. 10:18);

§ Valorize o seu casamento, cuide dele, faça uma revisão necessária para você não ficar no prego.

f) Excesso de independência;

§ Nunca deixe o seu cônjuge para trás. Cresça com ele(a) (Ef. 4:9-12).

g) Hábito de discutir (Pv. 18:19; 3:30; 25:8; II Tm. 2:24; 26:21; 18:6; 17:19);

h) Incapacidade de interferir num problema através do perdão (Mc. 11:25; Lc. 17: 4; Ef. 4:32; Cl. 3:13);

§ Você precisa promover o perdão no lar a despeito do tamanho do pecado (Mt. 6: 14,15; Ef. 4:32);

§ Você precisa promover o perdão em você mesmo (Pv. 13:15; I Jo. 1:9);

COMO VIVER BEM OBSERVANDO O TEMPERAMENTO

O temperamento humano não pode ser mudado, somente controlado. Só Deus pode fazer isso através da regeneração. Portanto pense nisso antes de tomar qualquer atitude que venha prejudicar o seu relacionamento:

1) Sangüíneo:

§ DEFEITOS: desenfreado, descontrolado inconstante, precipitado, acorvadável

§ QUALIDADES: comunicativo, entusiasta, meigo, carinhoso, delicado, simpático e alegre.

2) Melancólico:

§ DEFEITOS: Superegoísta, mal humorado, arreliado, teórico, indeciso, detalhista, crítico e vingativo;

§ QUALIDADES: talentoso, minucioso, compassivo, perfeccionista, leal, sonhador; firme nas amizades.

3) Colérico:

§ DEFEITOS: iracundo, irônico, impaciente, prepotente, auto-suficiente, indiferente, falso, inflexível, astuto, intransigente.

§ QUALIDADES: animado, resolvido, diligente, livre, tende a liderança, otimista, objetivo, competente, corajoso.

4) Fleumático:

§ DEFEITOS: interesseiro, sistemático, não age com o coração, nega-se a sentir, racional, avalia tudo, teimoso, embaraçado, desconfiado, tem um amor platônico, convencido, acanhado desmotivado.

§ QUALIDADES: sereno, pacífico, cumpridor, responsável, sabedor, conservador, experiente, líder, diplomata, bem humorado.

Somos detentores de um pouco de cada temperamento, porém distingue-se um com maior incidência do que o outro. Nenhum temperamento é melhor ou pior que o outro. Todos os temperamentos.

CONCLUSÃO

Muitos lares têm sido desfeitos por falta de observância que alguns preceitos bíblicos e leitura de bons livros. O diabo tem sido o mentor de muitas ciladas que lamentavelmente senhores e senhoras do lar tem caído. Esperamos de Deus que a partir desse estudo o casais possam ter bases bíblicas e seculares para evitar que o mundo penetre em seus lares causando males irreparáveis.

Homilética


01. DEFINIÇÃO.

Homilética é a ciência que se ocupa com a pregação cristã e, de modo particular, com o sermão proferido no culto, no seio da comunidade reunida.
O termo vem da palavra grega HE HOMILIA.
O verbo HOMILEIN era usado pelos gregos sofistas para expressar o sentido de “relacionar-se, conversar”.
HE HOMILIA designa, especialmente no N.T., “o estar juntos, o relacionar-se”, e, nos primeiros séculos da Era Cristã, o termo passou a ser usado para denominar a “arte de pregar sermão”. Daí deriva o sentido “Homilética” e suas formas de expressão. Desde então e muito cedo, a homilética passou a fazer parte da teologia prática.
Homilética é a ciência cuja arte é a pregação e cujo resultado é o sermão.
Homilética é a ciência que ensina os princípios fundamentais de discursos em públicos, aplicados na proclamação e ensino da verdade em reuniões regulares congregadas para o culto Divino (Hoppin).
Homilética é aquele ramo da teologia prática e das habilidades ministeriais que trata das regras relativas à preparação e entrega dos sermões.

Convém salientar que a homilética não é a mensagem. Ela disciplina o pregador para melhor entregar a mensagem. Não nos esqueçamos: a mensagem é de DEUS (Ef 6.19).
Seu objetivo primordial:
O objetivo principal da homilética desde o seu remoto princípio foi orientar os pregadores na dissertação de suas prédicas e, ao mesmo tempo, fazer que os mesmos adquiram princípios gerais corretos e despertá-los a terem idéia dos erros e falhas que os mesmos em geral cometem.
A homilética e a eloqüência:
A missão principal da homilética é conservar o pregador na rota traçada pelo ESPÍRITO SANTO. Ela ensina onde e como deve começar e terminar o sermão
A eloqüência é a capacidade intelectual de convencer pelas palavras. Palavras esclarecem, orientam e movem as pessoas. O orador que consegue mover as pessoas, persuadindo-as a aceitar suas idéias, é eloqüente, pois eloqüência é a capacidade de persuadir pela palavra. Apolo era eloqüente (At 18.24). O sermão tem por finalidade convencer os ouvintes. Um sermão bem elaborado, com a unção do ESPÍRITO SANTO, e com uma eloquência profusa, terá resultados maravilhosos. Eis o porque a homilética encontra-se vinculada à eloqüência.
Como podemos convencer:
Existem várias maneiras de persuadirmos ou convencermos alguém a seguir nossa orientação:
Pela força moral (princípios e doutrinas) – regras fundamentais.
Pela força social (costumes, normas e leis) – o direito.
Pela força física (braços e armas) – a guerra.
Pela força pessoal (exemplo) – influência psicológicas.
Pela força verbal (falada ou escrita) – retórica.
Pela força Divina (atuação do ESPÍRITO SANTO) – Ele convence.
O poder da persuasão pode convencer o próprio DEUS! Veja o exemplo de Moisés (Ex 32.7-14) e Abraão (Gn 18.23-33).
02. JESUS E A HOMILÉTICA.
No ministério de CRISTO, a homilética ocupou o lugar central no que diz respeito a sua propagação plena. Na sinagoga de Nazaré o Mestre descreveu a Si mesmo como divinamente enviado “... para evangelizar os pobres... a pregar liberdade aos cativos... a anunciar o ano aceitável do SENHOR” (Lc 4.18-19).
JESUS foi um pregador itinerante:
Pregou sobre o monte
Pregou na popa do barco
Pregou junto ao mar da Galiléia
Pregou nas sinagogas
Pregou em casas de amigos
Pregou de cidades em cidades
Pregou no Templo
O ministério da pregação tomou forma expressiva e dinâmica com o exemplo pessoal do SENHOR JESUS.
03. OS SERVOS DE DEUS E A HOMILÉTICA.
Jonas foi enviado por DEUS para pregar ao povo de Nínive (Jn 3.2).
Esdras explanou a lei para o povo de DEUS de tal forma que todos entendessem (Ne Cap.08).
João, o Batista pregou o evangelho do reino de DEUS para os judeus de tal forma que os persuadia ao arrependimento (Mt 3.1-12).
04. O VALOR DA HOMILÉTICA.
A homilética contribuiu, no sentido geral, na propagação da Palavra de DEUS. Os servos de DEUS apossaram-se de tão bela arte para tornar notório o Evangelho do SENHOR JESUS. O seu valor é inestimável para o pregador da Palavra de DEUS. Tornou-se uma ferramenta sine qua non para o pregoeiro da Verdade Divina. Dando-lhe condições de expor com precisão, clareza e coordenação a maior de todas as mensagens. O pregador que se preza tê-la-á em primeira mão.
A homilética é para o pregador, como uma planta de construção o é para o mestre de obras. Ela é para o pregador, como uma receita é para o cozinheiro. JESUS falando do preço do discipulado o comparou as pessoas que ponderam naquilo que vão ou pretendem fazer antes de fazêr-lo. “O que vai edificar uma torre primeiro deve se assentar para ver os gastos, para que começado a obra, e não tendo com que acaba-la, as pessoas zombem dele dizendo: começou, mas não pôde terminar! E o que sai para a guerra assenta-se para ver se com dez mil pode vencer o adversário que vem contra ele com vinte mil (Lc 14.25-35, especialmente os versículos 28-32). “O sermão pode ser comparado a uma planta de uma torre e a um estratagema de guerra”.
05. A ORIGEM DA HOMILÉTICA.
A homilética propriamente dita, surgiu muito cedo na história da humanidade, embora não como termo designativo homiletikos (arte de pregar sermões) e homilia (arte de falar elegantemente na oratória eclesiástica), mas como oratória pictográfica (sistema primitivo de escrita na qual as idéias são expressas por meio de desenhos das coisas ou figuras simbólicas).
Ela surgiu na Mesopotâmia há mais de 3.000 anos A.C., para auxiliar à necessidade que os sacerdotes tinham de prestar contas dos recebimentos e gastos às corporações a que pertenciam e faziam suas prédicas em defesa da existência miraculosa dos deuses do paganismo.
Soli Deo Gloria!
Extraído de nossa apostila sobre Homilética.

quarta-feira, setembro 13, 2006

O Que é Profecia Bíblica?


A profecia é a prova convincente não apenas da existência de Deus, mas também de que a Bíblia é exatamente o que diz ser – a Palavra de Deus.Definimos profecia como o plano do beneplácito da vontade de Deus, presente e futura.

As profecias, sendo parte da vontade soberana de Deus, são apresentadas de duas maneiras nas Escrituras Sagradas: a primeira chamamos de profecias revelativas e a segunda denominamos profecias preditivas[1].

Por profecias revelativas nos referimos aquelas que implicavam na proclamação da Palavra e da vontade revelada de Deus ao Seu povo[2]; também, pode ser entendidas como profecias a “curto prazo”. Estas compreendiam, no seu escopo, ensino, evangelização e pregação de reavivamento, insistindo com o povo para que deixasse o pecado e vivesse de maneira justa além de adverti-lo do que aconteceria se não se arrependesse. Essa era de longe a principal parte do ministério do profeta[3].

A Profecia declara o Plano de Deus de antemão. A Profecia é história escrita de antemão.Profecias preditivas podem ser compreendidas como profecias “a longo prazo”. As predições, entretanto, não eram predições dos próprios profetas. As Escrituras deixam claro em 2Pe 1.20,21 que “...nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. A mensagem dos profetas não era deles, mas, sim de Deus. É Deus quem levanta os profetas (cf. Ex 3.1-2; Is 6; Jr 1; Ez 1–3; Os 1.2; Am 7-14,15; Jn 1.1).

Esta é considerada o aspecto da profecia mais difícil de ser interpretado. Mas dado o número de previsões sobre o futuro dentro da Bíblia que é tão grande em ambos os Testamentos, pode servir de silenciador repreendendo a qualquer um que hesite em estudar essas previsões.
De acordo com os cálculos de J. Barton Payne, há 8.352 versículos que contêm algum tipo de previsão, dentro de um total de 31.124 versículos na Bíblia toda – a surpreendente porção de 27% da Bíblia trata de previsões futuras. Payne calculou que o Antigo Testamento contém 6.641 versículos sobre o futuro (de um total de 23.210 versículos, ou seja, 28,6%), enquanto o Novo Testamento apresenta 1.711 (de um total de 7.914, ou seja, 21,6%). Ao todo, esses 8.352 versículos discutem 737 diferentes tópicos proféticos! Os únicos livros que não contêm previsões são Rute e Cantares no Antigo Testamento e 2 e 3João no Novo Testamento. Os outros 62 livros da Bíblia aparecem uma ou mais vezes dentro dos 737 tópicos reunidos por Payne[4]. Assim, fica claro que a profecia sobre o futuro não pode ser vista superficialmente, se queremos fazer justiça a Bíblia da forma como Deus quis compô-la.

[1] Alguns expositores chamam respectivamente de profecias declarativas (ou, profecias de proclamação) e profecias preditivas (ou, profecias de predição).
[2] Os profetas eram mediadores para fazer cumprir a Aliança Divina. Moisés foi o mediador da Lei de Deus quando Deus a anunciou pela primeira vez, e, portanto, é um paradigma (modelo) para os profetas. Os profetas, por sua vez, são os mediadores, ou porta-vozes de Deus, no tocante à Aliança. Através deles, Deus relembra às pessoas nas gerações depois de Moisés que, se a Lei for guardada, haverá bênçãos como resultado; senão, seguir-se-á o castigo. As profecias proclamavam a vontade de Deus para o povo. Esta vontade estava expressa na Lei. Toda a profecia proclamativa baseava-se na verdade outrora revelada a Moisés.
[3] Max Anders em Profecia Bíblica em 12 Lições – Edição: 2001 – Editora Vida.
[4] J. Barton Payne em Encyclopedia of Biblical Prophecy: The Complete Guide to Scriptural Predictions and their Fulfillment (Nova York: Harper and Row, 1973), pp. 631-82. Citado por Walter C. Kaiser, Jr em Introdução à Hermenêutica Bíblica – Editora Cultura Cristã. 1ª Edição: 2002.

sexta-feira, agosto 11, 2006

A Necessidade do Estudo da Teologia Sistemática


Leitura Seleta: 1Pe 2.2; Sl 119.105

Há, de fato, uma necessidade de estudar teologia? Não basta que eu simplesmente ame a Jesus? Para algumas pessoas, a teologia não é necessária, como também indesejável, podendo ser facciosa. Há, no entanto, algumas razões pelas quais tal estudo não é opcional. Creio que estudar teologia é um caso de vida ou morte!

01. Crenças Doutrinárias Corretas são Essenciais no Relacionamento entre o Cristão e Deus.

Assim, por exemplo, o autor de Hebreus disse: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Também importante para um relacionamento adequado com Deus é a crença na humanidade de Jesus; João escreveu: “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (1Jo 4.2). Paulo destacou a importância da crença na ressurreição de Cristo: “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos serás salvo. V.10: Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Rm 10.9-10).

02. A Doutrina é Importante por causa da Ligação entre a Verdade e a Experiência.

Nossa época atribui altíssimo valor à experiência imediata. Assim, muitos utilizam drogas por causa da excitação ou do estímulo que elas oferecem. E o que dizer em nosso meio, em que muitos buscam uma satisfação imediata nos movimentos religiosos. As pessoas estão atrás de uma experiência divorciada da revelação das Escrituras. É experiência do tipo “ruivo santo”, “vômito santo”, “gargalhada santa” e assim a lista cresce. São pessoas que enaltecem suas experiências acima da Palavra de Deus. A doutrina é importante porque corrige esses abusos. A doutrina dar consistência para as pessoas; dar-lhes verdadeiras experiências com Deus. Precisamos casar a doutrina e a experiência cristã. Muitos tentam divorciá-las. Mas o que Deus juntou não o separe o homem. Um conhecimento correto de Deus – revelado nas Escrituras por um estudo cuidadoso – proporcionará experiências douradoras. Mas muitos preferem, negligenciando o estudo da teologia, estas experiências subjetivas. Como já falou John MacArthur em uma de suas palestras: “Se realmente eles tivessem tido um encontro com Deus, eles não estariam rindo”.
O simples sentimento agradável em relação a Jesus não pode ser divorciado da necessidade de saber se Ele é genuinamente o Filho de Deus. A esperança quanto ao futuro depende de saber se Ele ressuscitou e se nós vamos ressuscitar algum dia.
Uma compreensão correta da teologia deságua no oceano das experiências profundas com Deus. Creio na ortopraxia, mas também na ortodoxia. Aquela depende dessa; essa resulta naquela. Não podem estar dissociadas. Não pode haver hiatos entre as duas, elas devem andar de mãos dadas. Ortodoxia sem ortopraxia leva-nos a esterilidade; ortopraxia sem ortodoxia leva-nos a histerias. Essas irmãs gêmeas precisam ser afirmadas em nossos dias como inseparáveis. Um ou outro mal pode vir sobre os negligentes. A igreja está de pé ou cai com estas duas realidades.

03. A Compreensão Correta da Doutrina é Importante porque hoje há muitos Sistemas de Pensamento Religiosos e Seculares que Disputam nossa Devoção.

Abundam filosofias e psicologias populares de auto-ajuda, e muitas delas camuflada com uma terminologia cristã. Entre as opções religiosas há grande número de seitas e cultos, além de enorme variedade de denominações cristãs. E religiões alternativas são encontradas não só em outros países, mas também possuem inúmeros adeptos no Brasil. Temos sistemas com um toque do evangelicalismo. Temos a teologia da prosperidade que tem causado males terríveis em nossos arraiais. Muitos seguem abertamente esses ensinamentos que levam muitos cativos para uma religiosidade superficial. Esses sistemas geram crentes descompromissados com Deus e com Sua Palavra. Porque as pessoas estão mais preocupadas em que Deus supra as suas necessidades egoísticas do que em labutarem pela verdade de Deus, estudando-a.
Diz-se que a maneira de lidar com as várias alternativas é fazer uma refutação minuciosa e uma exposição sistemática de suas falhas. Uma abordagem positiva em que se ensinam os pontos de vista do cristianismo parece, no entanto, preferível. Essa abordagem fornece uma base para a avaliação das posições alternativas. Conhecendo o verdadeiro é fácil identificar o falso e vil.

04. A Teologia é Necessária por causa do Instinto Organizador da Mente Humana.

Esse princípio organizador faz parte de nossa constituição.
A mente não se satisfaz apenas em descobrir certos fatos a respeito de Deus, do homem, e do universo: ela deseja conhecer as relações entre essas pessoas e coisas e organizar suas descobertas em forma de um sistema.
Com razão aqui queremos dizer não simplesmente os poderes da lógica do homem ou sua capacidade de raciocinar, mas seus poderes cognitivos, - sua capacidade de perceber, comparar, julgar e organizar. Deus dotou o homem com a razão e o que é errado não é o uso dela, mas sim o abuso.
(1) A razão é o órgão ou capacidade de conhecer a verdade. A Razão Intuitiva nos fornece as idéias básicas de espaço, tempo, causa, substância, desígnio, direito, e Deus, que são as condições para todo conhecimento subseqüente. A Razão Apreensiva recebe fatos a ela apresentados para cognição. Entretanto, dever ser lembrado que há uma diferença entre conhecer e compreender uma coisa. Sabemos que uma planta cresce, que a vontade controla os músculos, que Jesus Cristo é o Deus-homem, mas não compreendermos muito bem como tudo isso possa ser.
(2) A razão deve julgar a credibilidade de uma apresentação. Com “crível” queremos dizer verossímil. Há coisas que é claramente incrível, como a vaca que pulo sobre a lua, e as estórias da carochinha em Alice no País das Maravilhas; e é tarefa da razão declarar se uma apresentação é digna de crédito. Não é incrível com exceção do impossível. Uma coisa pode ser estranha, inexplicável, ininteligente, e mesmo assim perfeitamente crível. A menos que estejamos dispostos a crer no incompreensível, não podemos crer em nada. O impossível é aquilo que envolve uma contradição que é inconsistente com o caráter conhecido de Deus; que contradiz as leis da crença com a qual Ele nos dotou; e que contradiz alguma outra verdade bem autentica[1].
(3) A razão deve julgar a evidência de uma apresentação. Como a fé envolve aceitação, e aceitação é convicção produzida por evidência, segue-se que fé sem evidência é irracional ou impossível. Assim, a razão deve examinar as credencias das comunicações que professam ser, e de documentos que professam registrar, tal revelação. Ela deve perguntar: Os registros são genuínos ou espúrios, são puros ou mistos? Esta evidência deve ser apropriada à natureza da verdade sendo considerada. Verdade histórica exige evidência histórica; verdade empírica, o testemunho da experiência, verdade matemática, evidência matemática; verdade moral, evidência moral; e “as coisas do Espírito”, a demonstração do Espírito Santo[2].
As deduções que fazemos de declarações das Escrituras não são iguais às declarações das Escrituras propriamente ditas quanto a certeza ou autoridade, pois nossa capacidade para raciocinar e tirar conclusões não é o padrão último da verdade – só a Bíblia o é.
A razão não é a autoridade máxima, como diz o racionalismo. A razão deve se subordinar ao juízo das Escrituras – não o contrário.
Não é pecado, como podemos deduzir pelo que foi dito acima, agir com a razão. A racionalidade, porém, não deve ser confundida com o racionalismo. A racionalidade é o processo de abordar problemas de forma a corresponder ao bom senso. O racionalismo é aquela crença que coloca a razão humana como a mais elevada das autoridades. Alegam os racionalistas que, com o tempo, o gênio humano desvendará todos os segredos do universo, e conduzirá o planeta a uma vida de paz, saúde e prosperidade para todos. Que Deus tenha misericórdia de um mundo entregue à razão humana.
[1] Por exemplo, crer que um triângulo é quadrado. Crer, que Deus sendo o Todo-Poderoso, é capaz de mentir. Escrever certo em linhas tortas. Assim por diante.
[2] Compilado de Henry Clarence Thiessen, Palestras em Teologia Sistemática – IBR.


05. A Necessidade da Teologia Baseia-se na Relação da Verdade Sistemática com o Desenvolvimento do Caráter.

A verdade integralmente digerida é essencial ao desenvolvimento do caráter cristão no indivíduo e na Igreja.
Os mais fortes cristãos são os que têm a mais firme segurança nas grandes doutrinas do cristianismo; as épocas heróicas da Igreja são as que têm mais consistente testemunho delas (Ap 3.10).
Para a conversão é necessário algum conhecimento – pelo menos do pecado e de um Salvador; a união destas duas verdades é o começo da teologia. Todo o subseqüente desenvolvimento do caráter está condicionado à evolução do conhecimento. Cl 1.10: “Para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus” (ênfase acrescentada). O texto grego reza: au0cano/menoi th~ e0pignw/sei tou~ Qeou~. Segundo Strong significa “crescendo através do conhecimento de Deus”; o dativo instrumental representa o conhecimento de Deus como orvalho ou a chuva que alimenta o desenvolvimento da planta; cf. 2Pe 3.18 – “crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Para os texto que representam a verdade como alimento ver Jr 3.15 “vos apascentem com conhecimento e inteligência”; Mt 4.4 – “Não só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus”; 1Co 3.1, 2 – “como crianças em Cristo... leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido”; Hb 5.14 – “o mantimento sólido é para os perfeitos” e 1Pe 2.2,3 – “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo; Se é que já provastes que o Senhor é benigno” (Sl 34.8). O caráter cristão apóia-se na verdade da Palavra de Deus como alicerce; ver 1Co 3.10-15 – “pus eu... um fundamento e outro edifica sobre ele”.
Os homens agem de acordo com aquilo em que realmente crêem e não de acordo com aquilo em que eles simplesmente dizem crer.
A teologia não apenas nos ensina que tipo de vida deveríamos viver, mas nos inspira a viver dessa maneira. Em outras palavras, a teologia não apenas indica as normas de conduta, mas também nos fornece os motivos para tentarmos viver de acordo com essas normas.


06. A Necessidade da Teologia Sistemática baseia-se na Natureza das Escrituras.

A Bíblia é para o teólogo o que a natureza é para o cientista, um conjunto de fatos desorganizados ou apenas parcialmente organizados. Deus não achou necessário escrever a Bíblia na foram de Teologia Sistemática; é nossa tarefa, portanto, ajuntar os fatos dispersos e coloca-los sob a forma de um sistema lógico para uma compreensão ampla das verdades reveladas. Há certamente algumas doutrinas que são tratadas com relativa extensão em um único contexto; mas não há nenhuma que seja ali tratada exaustivamente. Veja por exemplo: Sl 19; 119 – tratando das qualidades da palavra de Deus; os ensinamentos da onipresença e onisciência de Deus no Sl 139; os sofrimentos, morte, e exaltação do Servo de Jeová em Is 53 e outros.
A Escritura nos estimula ao estudo integral e abrangente da verdade (Jo 5.39, “examinai as Escrituras”), à comparação e harmonização de suas diferentes partes (1Co 2.13 – “comparando as coisas espirituais com as espirituais”), à reunião de tudo em torno do fato central da revelação (Cl 1.27 – “que é Cristo em vós, esperança da glória”), à pregação na forma sadia assim como em suas devidas proporções (2Tm 4.2 “prega a Palavra”). O ministro do Evangelho é chamado “escriba que se fez discípulo do reino do céu” (Mt 13.52); os “pastores” das igrejas devem ser ao mesmo tempo “mestres” (Ef 4.11); o bispo deve ser “apto para ensinar” (1Tm 3.2), “que maneja bem a Palavra da Verdade” (2Tm 2.15), “retendo firme a Palavra Fiel, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9).

07. A Teologia Sistemática é Necessária dada a Importância dos Pontos de vistas Definidos e Justos da Doutrina Cristã para o Pregador.

A sua principal qualificação intelectual deve o poder de conceber clara e compreensivelmente e expressar precisa e poderosamente a verdade.
O pregador só pode ser o agente do Espírito Santo na conversão e santificação dos homens quando pode brandir “a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6.17), ou, em outra linguagem, só quando pode imprimir a verdade nas mentes e consciências de seus ouvintes.
O pregador tem como objetivo, conhecendo bem a Teologia Sistemática, substituir as concepções obscuras e errôneas entre os seus ouvintes pelas corretas e vívidas. Mutilar a doutrina ou interpreta-la falsamente não é só um pecado contra o Seu Revelador, – pode levar à ruína as almas dos homens. A melhor salvaguarda contra tal mutilação ou falsa interpretação é o estudo diligente das várias doutrinas da fé nas inter-relações e especialmente nas relações com o tema central da teologia, a pessoa e obra de Jesus Cristo.
O pregador deve fornecer a base do sentimento, produzindo a convicção inteligente. Ele deve instruir mais que comover. Se o objetivo primordial do pregador é o conhecer Deus e, a seguir, tornar Deus conhecido, o estudo da teologia é absolutamente necessário ao seu sucesso.
Afirma John Henry Newman: “O falso pegador tem de dizer alguma coisa; o verdadeiro pregador tem alguma coisa para dizer”.
Charles H. Spurgeon afirma: “... Nunca teremos grandes pregadores enquanto não tivermos grandes teólogos. Não espere de estudantes superficiais, grandes pregadores que convençam almas”.
A. H. Strong[1] afirma: “Pequenas divergências da doutrina correta da nossa parte podem ser danosamente exageradas naqueles que nos sucederem. 2Tm 2.2: ‘E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros’”.


08. A Necessidade da Teologia Sistemática Revela-se na Íntima Conexão entre a Doutrina Correta e o Firme e Agressivo Poder da Igreja.

A segurança e o progresso da Igreja dependem do “padrão das sãs palavras” (2Tm 1.13), e de ser “coluna e esteio da verdade” (1Tm 3.15). O entendimento defeituoso da verdade, mais cedo ou mais tarde, resulta em falhas de organização, de operação e de vida. A compreensão integral da verdade cristã como um sistema organizado fornece, por outro lado, não só uma incalculável defesa conta heresia e a imoralidade, mas também indispensável estímulo e instrumento no agressivo labor da conversão do mundo.
Há muitas igrejas corcundas, por lhes faltarem a espinha dorsal da Teologia Sistemática.
[1] Teologia Sistemática volume um – HAGNOS.
Este Estudo Faz Parte de um trabalho que está no prelo... querendo Deus... lançaremos o Livro com o tema "Prolegômenos à Teologia Sistemática". Verso neste livro, dada a necessidade de uma compreensão da Teologia, assuntos que introduzirão o aluno de Teologia a este vasto universo da Revelação Divina. Este trabalho nasceu como fruto de nossa observação da necessidade de um trabalho acessível, que introduza e esclareça as verdades teológicas, desmitologizando muitos mitos que inseridos no conceito de Teologia. Estes mitos fazem com que as pessoas se afastem das verdades teológicas. Nosso propósito, creio que o de Deus também, é que as pessoas debrucem diante das Escrituras para vislumbrar, pela iluminação do Espírito Santo, as Verdades Reveladas de Deus.
Para maiores informações entre em contato conosco.
Soli Deo Gloria.
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quarta-feira, julho 12, 2006

A Vontade de Deus

Ao tratar da Vontade de Deus alguns teólogos têm diferenciado entre Sua vontade decretiva e Sua vontade permissiva, insistindo que há certas coisas que Deus tem positivamente pré-ordenado, mas outras coisas que Ele meramente tolera existir ou acontecer. Mas tal distinção não é uma distinção de maneira alguma, na medida em que Deus somente permite o que está de acordo com Sua vontade. Nenhuma distinção teria sido inventada, tivesse esses teólogos discernido que Deus pode ter decretado a existência e atividades do pecado sem Ele mesmo ser o Autor do pecado. Pessoalmente, nós preferimos adotar a distinção feita pelos antigos Calvinistas entre a vontade secreta e revelada de Deus, ou, para expressar de uma outra forma, Sua vontade dispositiva e preceptiva.A vontade revelado de Deus é feita conhecida em Sua Palavra, mas Sua vontade secreta são Seus próprios conselhos encobertos. A vontade revelada de Deus é o definidor de nosso dever e o padrão de nossa responsabilidade. A primária e básica razão pela qual eu devo seguir certo curso ou fazer certa coisa é por causa da vontade de Deus, a Sua vontade sendo claramente definida para mim em Sua Palavra. Que eu não deveria seguir um certo curso, que eu devo me abster de fazer certas coisas, é porque elas são contrárias à vontade revelada de Deus. Mas suponha que eu desobedeça a Palavra de Deus, então, eu não contrario Sua vontade? E se é assim, como pode ainda ser verdade que a vontade de Deus sempre é feita e Seu conselho consumado todas as vezes? Tais questões fazem evidente a necessidade de se defender uma distinção aqui. A vontade revelada de Deus é freqüentemente contrariada, mas Sua vontade secreta nunca é frustrada. Que é legítimo fazermos tal distinção concernente à vontade de Deus, é clara a partir das Escrituras. Tome esta duas passagens: "Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição" (1 Tessalonicenses 4:3); "Dir-me-ás então. Por que se queixa ele ainda? Pois, quem resiste à sua vontade?" (Romanos 9:19). Pode um leitor pensativo declara que a "vontade" de Deus tem precisamente o mesmo significado em ambas dessas passagens? Nós seguramente esperamos que não. A primeira passagem refere-se à vontade revelada de Deus, a última à Sua vontade secreta. A primeira passagem concerne a nosso dever, a última declara que o propósito secreto de Deus é imutável e deve acontecer não obstante a insubordinação das Suas criaturas. A vontade revelada de Deus nunca é perfeitamente ou completamente realizada por alguém de nós, mas Sua vontade secreta nunca falha na consumação até mesmo no mais minucioso detalhe. Sua vontade secreta concerne principalmente a eventos futuros; Sua vontade revelada, nosso dever presente: uma tem que ver com Seu irresistível propósito, o outro com Seu agrado manifestado: uma é elaborada sobre nós e realizada através de nós, a outra é para feita por nós.
A vontade secreta de Deus é Seu eterno, imutável propósito concernente a todas as coisas que Ele fez, para produzir certos meios para seus fins apontados: disto Deus declara explicitamente: "Meu conselho subsistirá, e farei toda Minha vontade" (Isaías 46:10). Esta é a absoluta, eficaz vontade de Deus, sempre efetuada, sempre realizada. A vontade revelada de Deus contêm não Seu propósito e decreto, mas nosso dever, - não o que Ele fará de acordo com Seu eterno conselho, mas o que nós deveríamos faze se quiséssemos agradá-LO, e isto é expresso nos preceitos e promessas de Sua Palavra. O que quer que Deus tenha determinado consigo mesmo, seja para Ele próprio fazer, ou para fazer pelos outros, ou tolerar que seja feito, enquanto isto está em Seu próprio seio, e não foi feito conhecido por algum evento na providência, ou por preceito, ou por profecia, é Sua vontade secreta. Tais são as coisas profundas de Deus, os pensamentos de Seu coração, os conselhos de Sua mente, que são impenetráveis para todas criaturas. Mas quando estas coisas são feitas conhecidas, elas tornam-se Sua vontade revelada: tal é quase todo o livro do Apocalipse, no qual Deus tem feito conhecido a nós "coisas que brevemente devem acontecer" (Apocalipse 1:1 - "deve" porque Ele eternamente propôs que deveriam acontecer).Tem sido objetado pelos teólogos Arminianos que a divisão da vontade de Deus em secreta e revelada é insustentável, pois ela faz com que Deus tenha duas vontades diferentes, uma oposta a outra. Mas isto é um engano, devido a falha deles em ver que a vontade secreta e revelada de Deus dizem respeito a objetos inteiramente diferentes. Se Deus requeresse e proibisse a coisa, ou se Ele decretasse que a mesma coisa aconteceria ou não, então Sua vontade secreta e revelada seria contraditória e sem propósito. Se aqueles que objetam à vontade secreta e revelada de Deus como sendo inconsistentes, fizessem a mesma distinção neste caso que eles fazem em muitos outros casos, a aparente inconsistência imediatamente desapareceria. Quão freqüentemente os homens traçam uma astuta distinção entre o que é desejável em sua própria natureza, e o que não é desejável considerando todas as coisas. Por exemplo, o pai carinhoso não deseja simplesmente considerar punir seu filho ofensivo, mas, considerando todas as coisas, ele sabe que este é o seu dever obrigatório, e assim corrige seu filho. E embora ele conte ao seu filho que ele não deseja castigá-lo, mas que ele está certo que isto é o melhor ao fazer considerando todas as coisas, então um filho inteligente verá que não há inconsistência entre o que o pai diz e faz. Exatamente assim o Criador Todo-sábio pode consistentemente decretar acontecer coisas que Ele odeia, proibir e condenar. Deus escolhe que algumas coisas existem que Ele odeia completamente (na intrínseca natureza delas), e Ele também escolhe que algumas coisas, todavia não existam, as quais Ele ama perfeitamente (na intrínseca natureza delas). Por exemplo: Ele ordenou que Faraó deixasse Seu povo ir, porque isso era justo na natureza das coisas, todavia, Ele secretamente havia declarado que Faraó não deveria deixar o Seu povo ir, não porque era justo em Faraó recusar, mas porque era melhor considerando todas as coisas que ele não os deixasse ir - isto é, melhor porque favoreceu um propósito mais amplo de Deus.Novamente; Deus nos manda sermos perfeitamente santos nesta vida (Mateus 5:48), porque isto é justo na natureza das coisas, mas Ele decretou que nenhum homem será perfeitamente santo nesta vida, porque é melhor, considerando todas as coisas, que ninguém seja perfeitamente santo (experimentalmente) antes de deixar este mundo. Santidade é uma coisa, o acontecimento da santidade é outra; assim, pecado é uma coisa, o acontecimento do pecado é outra. Quando Deus requer santidade, Sua vontade preceptiva ou revelada considera a natureza ou excelência moral da santidade; mas quando Ele decreta que a santidade não ocorra (completa e perfeitamente), Sua vontade secreta ou decretiva considera somente o evento de que ela não ocorre. Assim, novamente, quando Deus proíbe o pecado, Sua vontade preceptiva ou revelada considera somente a natureza ou o mal moral do pecado; mas quando Ele decreta que o pecado ocorrerá, Sua vontade secreta considera somente sua real ocorrência para servir o Seu bom propósito. Portanto, a vontade secreta e revelada de Deus considera objetos inteiramente diferentes.A vontade do decreto de Deus não é a Sua vontade no mesmo sentido como Sua vontade de mandamento é. Portanto, não há dificuldade em supor que uma possa ser contrária à outra. Sua vontade, em ambos sentidos, é Sua inclinação. Tudo que concerne a Sua vontade revelada é perfeitamente de acordo com Sua natureza, como quando Ele ordena amor, obediência, e serviço de Suas criaturas. Mas o que concerne a Sua vontade secreta tem em vista Seu fim supremo, para o qual todas as coisas estão agora operando. Portanto, Ele decreta a entrada de pecado no Seu universo, embora Sua própria natureza santa odeie todo pecado com infinita repulsa, todavia, porque este é um dos meios pelos quais Ele apontou o fim para ser alcançado, Ele tolera a entrada dele. A vontade revelada de Deus é a medida de nossa responsabilidade e o determinante de nosso dever. Com a vontade secreta de Deus nós não temos nada para fazer: esta é de Sua incumbência. Mas Deus, sabendo que falharemos em fazer perfeitamente Sua vontade revelada, ordenou Seus eternos conselhos conseqüentemente, e estes eternos conselhos, que aconteça Sua vontade secreta, embora desconhecida para nós, embora inconscientemente, cumprida em e através de nós.Se o leitor está preparado ou não para aceitar a distinção acima na vontade de Deus, ele deve reconhecer que os mandamentos das Escrituras declaram a vontade revelada de Deus, e ele deve também aceitar que algumas vezes Deus não quer impedir a quebra daqueles mandamentos, porque Ele na realidade não o impede. Que Deus quer permitir o pecado é evidente, porque Ele o permite. Certamente ninguém dirá que o próprio Deus faz o que Ele não quer fazer.Finalmente, deixe-me dizer novamente que, minha responsabilidade em relação à vontade de Deus é medida pelo que Ele fez conhecido na Sua Palavra. Ali eu aprendo que é meu dever usar os meios de Sua providência, e humildemente orar para que Ele possa Se agradar em abençoá-los para mim. Recusar assim fazer sobre o fundamente de que eu sou ignorante do que possa ou não possa ser Seus conselhos secretos concernentes a mim, não somente é um absurdo, mas também o ápice da presunção. Nós repetimos: a vontade secreta de Deus não nos diz respeito; é Sua vontade revelada que mede nossa responsabilidade. Que não há conflito entre a vontade secreta e revelada de Deus é claro a partir do fato que, a primeira é realizada pelo meu uso dos meios registrados na última.


Por Arthur W. Pink.

sábado, maio 27, 2006

Estudo no Capítulo Doze no Livro de Atos

Possíveis Temas do Livro de Atos dos Apóstolos:

BEP = A propagação triunfal do Evangelho pelo poder do Espírito Santo.

BEG = O Senhor irá difundir a Sua obra “em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).

BEP – T.H. = O crescimento da Igreja.

BVN = At 1.8, como propósito e tema.

BRAS = Missões no primeiro século.

BLH = Continuação da história de Jesus e da Boa-Notícia do Evangelho.

BA = A expansão do cristianismo.

BEx = A ascensão e a promessa da volta do Senhor Jesus, a descida do Espírito Santo no Pentecoste, o uso das “chaves” por Pedro, abrindo o Reino aos judeus no Pentecoste, e aos gentios na casa de Cornélio. O começo da Igreja Cristã, e a conversão e ministério de Paulo.

BEAP = A expansão do Evangelho e o crescimento da Igreja cristã.



Capítulo Doze de Atos:

Qual é a função deste capítulo na narrativa total, e qual a luz que lança sobre o quadro que Lucas nos dá da Igreja?
Pode, simplesmente, ter sido contada por fazer parte das tradições acerca de Pedro que Lucas herdara (At 9.32-43).
Pode, porém, servir historicamente para contar como Pedro foi forçado a deixar Jerusalém e passar a liderança para Tiago (embora devamos notar que Pedro ainda está ativo na liderança da Igreja em Jerusalém – Gl 2.9; At cap. 15).
Outra função da história talvez seja indicar como a carreira de Pedro seguia linhas semelhantes àquelas do Senhor Jesus e de Paulo: o tema da prisão e da morte (real ou ameaçada) é comum nestas três vidas.
Do ponto de vista de Lucas, parece que a ênfase recai sobre o progresso triunfante do Evangelho (12.24) que não é impedido pela morte de um dos apóstolos nem pela prisão doutro deles.
E por último, pode ser dito que enquanto a Igreja orar, a causa de Deus avançará, e Seus inimigos ficarão em nada, ainda que este fato não isente a Igreja do sofrimento e do martírio; a crença de Lucas na vitória da Igreja é totalmente realística e reconhece que, embora a Palavra de Deus não esteja manietada, é bem possível que Seus servos tenham que sofrer e ser aprisionados (cf. 2Tm 2.9).


Perseguição:
v.01: Depois da ressurreição do Senhor Jesus esta é a segunda perseguição, registrada, da Igreja em Jerusalém.
A primeira perseguição foi instigada pelos judeus religiosos (At 8.1). Esta perseguição baseava-se na religião. Temos Estevão como o mártir desta primeira perseguição (At 7.54-60). E, essa perseguição, terminou com a conversão de Saulo (At cap. 09).
A segunda perseguição foi instigada pelo próprio rei Herodes, Agripa I (At 12.1). Sem dúvida, esta perseguição não teve outra finalidade, senão política, e visava agradar aos judeus, os quais Agripa I queria ter como partidários de sua causa política. Agora, temos Tiago como mártir nesta perseguição (At 12.2). Mas, também, esta perseguição findou com a morte de Agripa I e a expansão da Boa Nova de que se espalhava rapidamente e havia muitos novos crentes.

Nota: Em ambas as perseguições observa-se um crescimento prevalecente da Palavra de Deus (At 8.4; 12.24). Implica em afirmarmos, que mesmo que os religiosos e os políticos levantem-se contra a Igreja, é a Palavra de Deus que prevalece. O sangue dos mártires é o adubo para a sementeira do Evangelho, já dizia Tertuliano. Temos exemplos de homens que foram fiéis a Deus em meio às perseguições (Policarpo; John Huss). Paulo disse: Eu estou preso, mas a Palavra de Deus não está”. Podem matar os cristãos, mas a Palavra de Deus continuará vivificando e prosperando (Jo 6.63; Is 55.10-11).

Onde estava Deus, quando o Seu servo foi passado pelo fio da espada? Ainda podemos indagar:
Þ Onde estava Deus, quando as lagrimas dos filhos de Coré lhes serviam de mantimento de dia e de noite, quando lhes diziam constantemente: Onde está o teu Deus? (Sl 42.3).
Þ Talvez Penina dissesse: Onde está o teu Deus, Ana? (1Sm cap.01).
Þ E, onde estava o Senhor Jesus quando o barco era açoitado pelas ondas; quando o vento era contrário; quando os discípulos fatigavam a remar? (Mt 14.24; Mc 6.48).
Þ Onde estava o Senhor Jesus, quando o seu amigo Lázaro morreu? Porque Ele não veio logo ajudá-lo (Jo cap.11).

E Tiago? Por que Deus não livrou Seu servo, protegendo-o?
E, quem sabe que Deus o protegeu de algo pior do que a morte! Para Tiago, isto foi uma promoção: Deus o elevou a um cargo mais alto.
Há uma tradição que conta que o apóstolo, no caminho para o lugar da execução, conversou com seu verdugo acerca do Evangelho com tanto poder que o converteu e, quando chegaram ao lugar, um outro teve que tomar-lhe a espada para executar a sentença de morte.

Cremos que a morte de Tiago foi para a glória de Deus. Todas as coisas, Deus as toma, segundo o Seu beneplácito, para louvor de Sua glória (Jo cap.09: Cego de nascença; cap.11, morte de Lázaro; as prisões de Paulo resultaram em suas epístolas).
O objetivo de Herodes Agripa I, era político. Satanás tinha como objetivo a derrocada da fé de Jó. Mas o nosso Deus tomou esses males para louvor de Sua glória.

Mas, por que Deus permite tais perseguições?
Em At 14.22, que é uma lei espiritual, que temos de passar por muitas tribulações para que entremos no Reino de Deus.
É verdade que a perseguição (a) purifica as igrejas; (b) os hipócritas, que se têm feito membros para fins comerciais, sociais, etc., não a resistem, e também (c) é causa para que muitos fracos na fé se façam fortes, às vezes até à morte. Como também serve (d) para manifestar os verdadeiros pastores (Jo 10.11-15).


Personagens do Capítulo Doze:

I. Herodes – v.01.
Nome de vários governadores da Palestina e regiões vizinhas, ou partes delas. Há três Herodes mencionados no Novo Testamento e mais um com o nome de Agripa, e outro com o nome de Filipe.

1. Herodes, o Grande:
Filho de Antipas (Antipater) Idumeu (47 a.C.,). Subiu ao trono e o conservou por meio de crimes brutais; teve 10 mulheres. Matou sua esposa Mariana, e seus filhos Alexandre e Aristóbulo. Mandou matar os meninos de Belém. Morreu com 64 anos (Mt 2.1-3,7,9,12-19; Lc 1.5). Comido de vermes, morreu, como seu neto (Herodes Agripa I – At 12.23). Reconstruí ou reformou, melhor dizendo, o templo de Jerusalém.

2. Herodes, Filipe I ou Herodes Antipas (Mt 14.3; Mc 6.17):
Filho de Herodes, o Grande, e de sua mulher Maltace, a samaritana. Tinha sangue idumeu e algumas gotas de sangue judaico. Mandou manietar João o Batista e depois degolá-lo. Casou-se com uma filha de Aretas, rei dos árabes nabateanos, cuja capital era Petra. Depois estando em Roma com seu irmão Filipe, apaixonou-se doidamente pela mulher deste seu irmão, divorciou-se da filha de Aretas, sua legítima esposa, e casou-se com Herodias. Esta imoralíssima transação produziu seus resultados naturais. Herodias era dotada de um espírito másculo e Herodes era fraco. Ela veio a ser o seu gênio mau; fez dele instrumento do mesmo modo que Jezabel havia feito de Acabe. Aretas, ressentindo pela ofensa contra sua filha, declarou guerra a Herodes que levou a termo com bons resultados.
Herodias causou o assassinato de João o Batista (Mt 14.1-13).
Por causa de sua malícia nosso Senhor chamou-o de raposa (Lc 13.31,32). Este Herodes tinha seus imitadores porque o Evangelho se refere ao fermento de Herodes (Mc 8.15).
Quando a fama de Jesus se estendeu por toda a parte, a consciência atribulada de Herodes fê-lo recear que João o Batista houvesse ressuscitado dentre os mortos (Mt 14.1,2).
Estava em Jerusalém por ocasião da morte do Senhor Jesus. Pilatos enviou o Divino Mestre à presença de Herodes; este julgou oportuno observar a prática de um milagre que não lhe foi concedido, pelo que ele e seus homens O desprezaram. Neste dias ficaram amigos Herodes e Pilatos, porque estavam antes inimigos um do outro (Lc 23.7-12,15; At 4.27).
A elevação de Agripa, irmão de Herodias ao trono, enquanto que seu marido continuava como tetrarca despertou a inveja desta mulher orgulhosa, que induziu a Herodes para ir a Roma em sua companhia, pedir uma coroa para si. Porém Agripa enviou nas suas costas, cartas a Roma ao Imperador Calígula, acusando Herodes de estar em liga secreta com os partas, pelo que foi banido para Lião na Gália, A. D., 39, onde morreu.

3. Herodes, Filepe II (Boetho):

Tetrarca (governante da quarta parte de um território) de Uturéia e da província de Traconites (4 d.C. – 3 d.C.). Cf. Lc 3.1.

4. Herodes, Agripa I:
Rei da Judéia (At 12.1) (41-44 d.C). Casou-se com Ciprus. Matou Tiago, irmão de José. Morreu comido de vermes (At 12.23).
Josefo denomina-o simplesmente Agripa. Ambos os nomes se combinam, passando a ser conhecido por Herodes Agripa I, para distingui-lo de Herodes Agripa II, perante o qual o apóstolo S. Paulo compareceu.
Herodes, Agripa I era filho de Aristóbulo, filho de Herodes, o Grande e de Mariana, neta de João Hircano. Foi educado em Roma juntamente com Drusus, filho do imperador Tibério e Cláudio. A morte de Drusus e a falta de recursos levaram-no a interromper os estudos e a voltar para a Judéia.
No ano 37, fez outra viagem a Roma, levando novas acusações contra Herodes tetrarca. Não regressou a Judéia quando concluiu os seus negócios, mas permaneceu em Roma, cultivando relações que lhe poderiam servir futuramente. Entre outras conseguiu a amizade de Caio, filho de Germânico que, logo depois veio a ser o imperador Calígula.
Por causa de expressões veementes em favor de Caio, Tibério mandou prendê-lo, metendo-o a ferros. Seis meses depois, Caio era imperador, e nomeou-o rei da tetrarquia, governada por seu falecido tio, Filipe, e também da tetrarquia de Lisânias, o imperador baniu Herodes tetrarca e ajuntou a sua tetrarquia ao reino de Agripa. Agripa ausentou-se do reino por algum tempo e foi residir em Roma. Durante a sua estada em Roma, conseguiu que o imperador desistisse do plano de erigir a sua estátua no templo de Jerusalém. Depois do assassinato de Calígula em seu lugar, Agripa ainda estava em Roma e agiu como intermediário entre o Senado e o novo imperador, para que aceitasse o cargo, visto relutar em aceitá-lo.
Em recompensa, deram-lhe a Judéia e Samaria para aumento de seus domínios que agora eram iguais aos de Herodes, o Grande. Começou então a construir um muro na parte norte da cidade com o fim de recolher um dos subúrbios o que lhe foi proibido continuar. Mandou matar a espada o apóstolo Tiago, irmão de João (At 12.1,2), e meter na prisão o apóstolo Pedro (At 12.3-19). Em Cesaréia em dia assinalado, vestido em trajes reais, assentou-se no seu tribunal e fazia um discurso ao povo que o aclamava, tributando-lhe honras divinas. Subitamente porém o anjo do Senhor o feriu e comido de bichos, expirou (At 12.20-23), com 54 anos de idade, deixando quatro filhos, três dos quais são mencionados na Escritura. Agripa, Berenice e Drusila.

5. Herodes, Agripa II:
Era filho de Herodes Agripa I, e, como tal bisneto de Herodes, o Grande, e irmão das famosas Berenice e Drusila. Por ocasião da morte de seu pai, no ano 44, tinha ele 17 anos de idade, e residia em Roma, onde foi educado na residência imperial. O Imperador Cláudio foi induzido a não nomeá-lo para o trono de seu pai em vista da sua pouca idade, ficando a Judéia aos cuidados de um procurador. Agripa II continuou em Roma.
Sucessivamente secundou os esforços dos embaixadores da Judéia para obter a permissão de conservar as vestimentas oficiais do sumo sacerdote, sob a sua direção. Quando seu tio Herodes, rei de Calcis, morreu, pelo ano 48 d.C., Cláudio lhe deu o pequeno reino do Antilíbano, de modo que veio a ser o rei Agripa II. Esposou a causa dos comissários que tinham ido a Roma para se oporem ao procurador Cumanus e aos samaritanos, conseguindo que o imperador lhes desse audiência.
No ano 52 d.C., Cláudio o transferiu do reino de Calcis para um domínio mais vasto, formado pela tetrarquia composta de Batanéia, Traconitis e Gaulonites, a tetrarquia de Lisânias e a província de Abilene. A constante convivência com sua irmã Berenice, deu ocasião a escândalo.
No ano 54 ou 55 d.C., Nero aumentou os seus domínios com as cidades de Tiberíades e Tariquéia na Galiléia e Júlias na Peréia. Quando Festo substituiu a Félix na procuradoria da Judéia, Agripa II foi a Cesaréia para saudá-lo, acompanhado de Berenice. Nesta ocasião o apóstolo Paulo estava na prisão. Festo levou o caso ao conhecimento de Agripa II e na manhã seguinte o apóstolo compareceu diante do procurador, do rei e de Berenice, para defender-se no que foi bem sucedido (At 25.13 até 26.32).
Logo depois Agripa aumentou as dependências do palácio dos asmoneus em Jerusalém, alargou e enriqueceu de belezas Cesaréia de Filipos e estabeleceu exibições teatrais em Beritus. Quando começaram as perturbações que ocasionaram a guerra contra a Judéia, tentou persuadir os judeus a não resistirem ao governador Fadus, e ao governo romano. Quando rebentou a guerra bandeou-se para o lado de Vespasiano, sendo ferido no sitio de Gamala. Depois da tomada de Jerusalém, transferiu-se com Berenice para Roma, onde foi investido na dignidade de pretor. Morreu no ano 100.


II. Tiago – v.02.
TIAGO = Forma da palavra Jacó.

1. Tiago, filho de Zebedeu (Mt 4.21; 10.2; Mc 1.19; 3.17):
Era também irmão do apóstolo João (Mt 17.1; 5.37; At 12.2), um dos primeiros discípulos (Mt 4.21; Mc 1.19,29; comp. Jo 1.40,41), e um dos apóstolos mais íntimos de nosso Senhor Jesus, (Mt 17.1; Mc 5.37; 9.2; 13.3; 14.33; Lc 8.51; 9.28).
Nada sabemos do seu nascimento, da sua família, nem dos antecedentes de sua vida. Ocupava-se no serviço de pescador no mar de Galiléia de sociedade com Pedro e André (Lc 5.10), o que aparece indicar que residiam por ali perto. A pescaria no mar de Galiléia era franca para os israelitas.
Havia uma distinção social entre os filhos de Zebedeu e os filhos de Jonas, o que dá a entender que Zebedeu tinha a seu serviço jornaleiros (Mc 1.20). Sabe-se que o apóstolo João era conhecido do sumo sacerdote (Jo 18.16), e que talvez tivesse casa em Jerusalém (Jo 19.27).
O nome de seu pai aparece só uma vez nas páginas dos evangelhos (Mt 4.21; Mc 1.19), por onde se vê que nenhum embaraço fez a seus filhos para seguirem a Jesus. Comparando Mt 27.56 com Mc 15.40; 16.1, e com Jo 19.25, tira-se a razoável conclusão de que sua mãe se chamava Salomé e era irmã da mãe de Jesus. Assim sendo, Tiago era primo de Jesus, pertencendo igualmente à linhagem de Davi.
O seu nome encontra-se somente nos evangelhos sinópticos. No Evangelho segundo S. João há duas alusões a ele, nos caps. 1.40,41 e 21.2. Sempre que se fala de seu nome, é em paralelo com o de João e em precedência a este (Mt 4.21; 10.2; 17.1; Mc 1.19,29; 3.17; 5.37; 9.54). Quando se fala de João, é como irmão de Tiago (Mt 4.21; 10.2; 17.1; Mc 1.19; 3.17; 5.37). Conclui-se que ele era irmão mais velho. Ocasionalmente nota-se a inversão destes nomes em Lc 18.51 e 9.28, e em At 1.13; 12.2, graças à grande consideração que gozava o discípulo amado no círculo apostólico. Ao nome de João, recebeu de Cristo o sobrenome de Boanerges, ou filho do trovão (Mc 3.17).
Em companhia dos outros discípulos, foi repreendido por Jesus, por se manifestar tão irado contra a cidade dos samaritanos que negou hospedagem ao Mestre (Lc 9.55). Foi igualmente merecedor da indignação de seus companheiros, quando pediu um lugar de honra ao lado de Jesus (Mc 10.41). Depois da crucifixão, encontramo-lo com os outros discípulos em Galiléia (Jo 21.2), e em Jerusalém (At 1.13), terminando a referência a seu nome, com a sua morte à espada por ordem de Herodes Agripa I, no ano 44 A. D., (At 12.2). Foi o primeiro do círculo apostólico a selar com sangue o testemunho de Cristo.

2. Tiago, filho de Alfeu:
Era, também, um dos apóstolos de nosso Senhor (Mt 10.3; Mc 3.18; Lc 6.15; At 1.13). Nada mais se diz a seu respeito. É natural supor que o Tiago mencionado em Mt 27.56; Mc 15.40; 16.1; Lc 24.10, seja este mesmo Tiago, e neste caso, tem ele o sobrenome de "Menor", talvez por ser de pequena estatura (Mc 15.40).
Sua mãe chamava-se Maria e foi uma das mulheres que acompanharam a Cristo. Sabe-se também que era irmão do José. Levi ou Mateus, que segundo Mc 2.14, era filho de Alfeu, pode bem ser mais um de seus irmãos, e também Judas o apóstolo, entra na irmandade de Tiago, segundo a tradução de Figueiredo (e que a V. B. dá como sendo filho dele), segundo Lc 6.16 e At 1.13. É possível ainda identificar a Maria, mulher de Clopas, mencionada em Jo 19.25, com a Maria, mãe de Tiago, e, portanto, irmã de Maria, mãe de Jesus. De acordo com esta combinação, Tiago, filho de Alfeu, deve ser primo irmão de Jesus. Pode-se ainda tirar outra conclusão, por causa da semelhança de nomes dos irmãos do Senhor com os dos filhos de Alfeu, que este primo irmão de Jesus é um dos irmãos do Senhor. Todos estes raciocínios não são muito seguros e não encontram base firmes nos fatos Bíblicos.

3. Tiago, irmão do Senhor (Mt 13.55; Mc 6.3; Gl 1.19):
Figura saliente na igreja de Jerusalém nos tempos apostólicos (At 12.17; 15.13; 21.18; Gl 1.19; 2.9,12). Este Tiago é mencionado nominalmente duas vezes nos evangelhos (Mt 13.55; Mc 6.3), mas os traços gerais de sua vida, só os poderemos encontrar nas relações com as notícias sobre "os irmãos do Senhor" que constituem classe distinta, tanto em vida do Senhor, quando ainda não criam nele (Jo 7.5), como depois da Sua ressurreição, quando se encontram no meio dos discípulos em Jerusalém (At 1.14). As exatas relações destes "irmãos" com o Senhor Jesus, tem dado lugar a muita discussão. Alguns os identificam com os filhos de Alfeu, Seus primos irmãos. Pensam outros que estes irmãos do Senhor vêm a ser filhos de José, por um primeiro casamento. Como eles aparecem sempre em companhia de Maria, morando com ela e acompanhando-a em viagens e mantendo relações tão íntimas, não é para se duvidar que eles sejam realmente seus filhos e verdadeiros irmãos de Jesus (Mt 12.46,47; Lc 8.19; Jo 2.12). Como o nome de Tiago é o primeiro que aparece na enumeração dos irmãos de Jesus, é de supor que fosse ele o mais velho (Mt 13.55; Mc 6.3). É provável que ele tenha participado da descrença de seus irmãos (Jo 7.5), e sem dúvida também dos cuidados pela segurança de Sua vida (Mc 3.31). Quando e de que modo se operou a sua mudança em servo de Cristo, não sabemos (At 1.14; Tg 11). Quem sabe se ele se converteu em virtude de uma revelação especial como foi a do apóstolo S. Paulo (1 Co 15.7). Desde o início da igreja de Jerusalém que o nome de Tiago aparece à sua frente (At 12.17; 15.13; 21.18; Gl 1.19; 2:9,12).
Quando, pelo ano 40 d.C., S. Paulo visitou Jerusalém, depois de convertido, declara haver estado com Tiago; sinal evidente de que ele estava à testa da Igreja (Gl 1.19). Há uma referência em At 12.17 e outra em 21.18, pelas quais se vê que este discípulo continuava em destaque nos anos 44 e 58 d.C., respectivamente. A leitura do v.6 do cap.15 dá-nos a entender em que consistia a sua preeminência. Não sendo apóstolo, é lícito pensar que ele era o presidente da corporação presbiterial da igreja de Jerusalém e pastor dela. O seu nome aparece nesta qualidade, como se depreende das seguintes passagens: Gl 2.12; At 12.17; 15.13; 21.18. Os visitantes que iam a Jerusalém dirigiam-se em primeiro lugar a ele (At 12.17; 21.18; Gl 1.19; 2.9). A sua posição na igreja serviu muito para facilitar a passagem dos judeus para o Cristianismo. Os fundamentos de sua fé aliavam-se perfeitamente com as idéias de S. Paulo como se evidencia pela leitura de Gl 2.9; At 15.13; 21.20. Em ambas as passagens citadas, ele fala também em favor da consciência cristã dos judeus convertidos. Como S. Paulo, fazia-se tudo para todos, era judeu com os judeus para ganhar os judeus. O emprego de seu nome pelos judaizantes, Gl 2.12. Lit. Clementina, e a admiração que havia por ele entre os judeus, a ponto de o apelidarem de "justo", tem explicado neste traço de seu caráter (Euzébio, H. E. 2.23). A última vez que o Novo Testamento se refere a ele, é em At 21.18, onde se diz que o apóstolo Paulo havia ido à sua casa em Jerusalém, A. D. 58. A história profana, contudo, informa que ele sofreu o martírio por ocasião do motim dos judeus no interregno entre a morte de Festo e a nomeação de seu sucessor. (A. D. 62, Antig. 20: 9, 1; Euzébio. H. E. 2: 23).

4. Tiago, pai ou irmão do apóstolo S. Judas, Lc 6: 16; At 1: 13. Nada mais consta a seu respeito.

Nota: Lucas não faz especulações sobre a razão

III. Pedro – v.03.
Pedro o apóstolo é preso por Agripa I.

v.04: Pedro fora lançado na prisão interior ou no andar inferior e teria, portanto, de ser levado para cima.
Pedro fora colocado sob uma guarda de quatro soldados para cada vigia de três horas:
Primeira vigília
18:00h às 21:00h
Primeira escolta de soldados
Segunda vigília
21:00h às 00:00h
Segunda escolta de soldados
Terceira vigília
00:00h às 03:00h
Terceira escolta de soldados
Quarta vigília
03:00h às 06:00h
Quarta escolta de soldados
Dezesseis soldados guardavam o apóstolo Pedro.

Deus deixou Pedro no cárcere, suportando, por conseguinte, desconforto e sofrimento até a última noite da festa, possivelmente poucas horas antes que Herodes viesse buscá-lo.
Muitas vezes Deus espera até ao último dia para operar em nosso favor (Jo 7.37-39; Dn cap.03, Ananias, Misael e Azarias; cap.6, Daniel; At caps.27-28, Paulo).
O Deus que escreveu o início da história, escreverá o fim. O Deus que fez o primeiro dia, fará o segundo dia.

v.05: Este versículo em algumas versões:
Pedro, pois, era guardado na prisão; mas a Igreja fazia contínua oração por ele a Deus (ARCF).
Assim Pedro estava preso e era vigiado pelos guardas, mas a Igreja continuava a orar com fervor por ele (BLH). Veja-se Rm 12.11,12.
Porém durante todo o tempo em que ele estava na prisão, a Igreja fazia a Deus uma fervorosa oração pela segurança dele (BV).
Mas, enquanto Pedro estava sendo mantido na prisão, fazia-se incessantemente oração a Deus, por parte da Igreja, em favor dele (BJ).
E Pedro estava guardado na prisão a bom recado. Entretanto, pela Igreja se fazia, sem cessar, oração a Deus por ele (Bíblia Versão Autorizada – Pe. Antonio Pereira de Figueiredo)
Pedro, pois, estava guardado na prisão; mas a Igreja orava com insistência a Deus por ele (Bíblia Versão Revisada – De Acordo com os Melhores Textos Hebraicos e Gregos).
Pedro, então, ficou detido na prisão, mas a Igreja orava intensamente a Deus por ele (NVI).
Pedro, pois, estava preso no cárcere; mas a Igreja orava constantemente a Deus a favor dele (N.T. – RVR, 1997).

A lição essencial da história é apresentada neste versículo.
A oração que se proferia era fervorosa, como aquela que o Senhor Jesus orava no Getsêmane (Lc 22.14), e expressava a preocupação da Igreja para com Pedro, mais do que uma idéia de que, para Deus responder à oração, precisa ser pressionado e persuadido por proezas espetaculares de devoção.

Oração é:
(a) Uma dependência de Deus (Mt 7.7: Pedi...);
(b) Uma busca por conhecer mais a Deus (Mt 7.7: Buscai...; 2Cr 7.14ss; Is 55.6; Jr 29.13);
(c) Uma ação de perseverança/insistência para com Deus (Mt 7.7: Batei...; Lc 18.1ss; At 1.14; 2.42; 6.4; 12.5; 16.13).
(d) Uma confiança na Soberana Providência de Deus.

Há registrado no Livro de Atos 30 referências diretas sobre a oração.

Orações respondidas (vv.12,17):
Notemos com respeito a esta reunião de oração:
(a) A localidade – a casa da mãe de Marcos, provavelmente uma viúva abastada;
(b) O acordo – muitas pessoas oravam juntas (Mt 18.18-20);
(c) A persistência e a fé – tinha, orado assim, provavelmente, por Tiago, mas sem resultado; agora tornam a orar. Possivelmente, a morte de Tiago contribui para uma dedicação maior da Igreja a oração;
(d) Resposta e “incredulidade” – não esperavam ser atendidos tão prontamente;
(e) Testemunho – da graça salvadora de Deus por parte de Pedro.



Quatro Mistérios do Capítulo Doze:

01. O Mistério da Perseguição.
Sugere os seguintes pensamentos:
(a) Os iníquos tendem a odiar os bons.
(b) O abuso do poder é uma tendência natural do homem sem Deus;
(c) A perseguição comprova o ensino bíblico, de que os que vivem piamente a sofrerão (2Tm 3.12).

02. O Mistério da Providência Divina.
Mistério quer dizer segredo revelado. E é um segredo ignorado pelo mundo, mas revelado para os cristãos, que Deus cuida dos Seus.
Vemos que a Providência de Deus:
(a) Cuida dos humildes, fazendo caso de um pescador na cadeia.
(b) Não encontra impedimento nos propósitos iníquos dos malvados (vv.4,6).
(c) Age, apesar de todas as circunstâncias contrárias – dezesseis soldados, duas cadeias, portas de ferro, etc.

03. O Mistério da Oração.
A oração é o meio para conhecermos a Deus pela experiência:
(a) Ensina-nos a dependência o Amor e Poder Divinos.
(b) Ensina-nos a importância da persistência, da unanimidade, do propósito, e da fé em nossas orações.
No presente caso, notamos: os crentes que oravam não com uma resposta tão imediata e tão completa. Talvez pensassem que Pedro, semelhante a Tiago, pereceria.

04. O Mistério do Ministério angélico.
Esse ministério é raramente evidente. É pouco referido na Escritura (Mt 18.10). É uma prova de que Deus pode socorrer-nos indiretamente.
Um meio que o Senhor comumente emprega para valer-nos é o auxílio prestado por outro crente. Uma intervenção angélica visível é extraordinária, mas os anjos ministram a nosso favor (Hb 1.14).



Soli Deo Gloria!