A profecia é a prova convincente não apenas da existência de Deus, mas também de que a Bíblia é exatamente o que diz ser – a Palavra de Deus.Definimos profecia como o plano do beneplácito da vontade de Deus, presente e futura.
As profecias, sendo parte da vontade soberana de Deus, são apresentadas de duas maneiras nas Escrituras Sagradas: a primeira chamamos de profecias revelativas e a segunda denominamos profecias preditivas[1].
Por profecias revelativas nos referimos aquelas que implicavam na proclamação da Palavra e da vontade revelada de Deus ao Seu povo[2]; também, pode ser entendidas como profecias a “curto prazo”. Estas compreendiam, no seu escopo, ensino, evangelização e pregação de reavivamento, insistindo com o povo para que deixasse o pecado e vivesse de maneira justa além de adverti-lo do que aconteceria se não se arrependesse. Essa era de longe a principal parte do ministério do profeta[3].
A Profecia declara o Plano de Deus de antemão. A Profecia é história escrita de antemão.Profecias preditivas podem ser compreendidas como profecias “a longo prazo”. As predições, entretanto, não eram predições dos próprios profetas. As Escrituras deixam claro em 2Pe 1.20,21 que “...nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”. A mensagem dos profetas não era deles, mas, sim de Deus. É Deus quem levanta os profetas (cf. Ex 3.1-2; Is 6; Jr 1; Ez 1–3; Os 1.2; Am 7-14,15; Jn 1.1).
Esta é considerada o aspecto da profecia mais difícil de ser interpretado. Mas dado o número de previsões sobre o futuro dentro da Bíblia que é tão grande em ambos os Testamentos, pode servir de silenciador repreendendo a qualquer um que hesite em estudar essas previsões.
De acordo com os cálculos de J. Barton Payne, há 8.352 versículos que contêm algum tipo de previsão, dentro de um total de 31.124 versículos na Bíblia toda – a surpreendente porção de 27% da Bíblia trata de previsões futuras. Payne calculou que o Antigo Testamento contém 6.641 versículos sobre o futuro (de um total de 23.210 versículos, ou seja, 28,6%), enquanto o Novo Testamento apresenta 1.711 (de um total de 7.914, ou seja, 21,6%). Ao todo, esses 8.352 versículos discutem 737 diferentes tópicos proféticos! Os únicos livros que não contêm previsões são Rute e Cantares no Antigo Testamento e 2 e 3João no Novo Testamento. Os outros 62 livros da Bíblia aparecem uma ou mais vezes dentro dos 737 tópicos reunidos por Payne[4]. Assim, fica claro que a profecia sobre o futuro não pode ser vista superficialmente, se queremos fazer justiça a Bíblia da forma como Deus quis compô-la.
[1] Alguns expositores chamam respectivamente de profecias declarativas (ou, profecias de proclamação) e profecias preditivas (ou, profecias de predição).
[2] Os profetas eram mediadores para fazer cumprir a Aliança Divina. Moisés foi o mediador da Lei de Deus quando Deus a anunciou pela primeira vez, e, portanto, é um paradigma (modelo) para os profetas. Os profetas, por sua vez, são os mediadores, ou porta-vozes de Deus, no tocante à Aliança. Através deles, Deus relembra às pessoas nas gerações depois de Moisés que, se a Lei for guardada, haverá bênçãos como resultado; senão, seguir-se-á o castigo. As profecias proclamavam a vontade de Deus para o povo. Esta vontade estava expressa na Lei. Toda a profecia proclamativa baseava-se na verdade outrora revelada a Moisés.
[3] Max Anders em Profecia Bíblica em 12 Lições – Edição: 2001 – Editora Vida.
[4] J. Barton Payne em Encyclopedia of Biblical Prophecy: The Complete Guide to Scriptural Predictions and their Fulfillment (Nova York: Harper and Row, 1973), pp. 631-82. Citado por Walter C. Kaiser, Jr em Introdução à Hermenêutica Bíblica – Editora Cultura Cristã. 1ª Edição: 2002.
Nenhum comentário:
Postar um comentário