Discípulos de Cristo Jesus

Vivendo Para a Glória de Deus!

A vida cristã deve ser vivida para a glória de Deus somente. Em tudo o que nos empenhamos e fazemos devemos procurar a glória de Deus. Paulo chegou a dizer que até mesmo as coisas mais curriqueiras da vida como o beber e o comer devem ser feitos para a glória de Deus (1Co 10.31).

Nenhum de nós viveremos na plenitude se não vivermos voltados para a glória de Deus. Pois, a plenitude da vida está em viver para a glória de Deus. A glória de Deus produzirá a verdadeira vida plena de satisfação em Deus.

O pastor e escritor John Piper foi feliz quando afirmou que Deus é mais glorificado em nós quanto mais nos alegramos Nele. A glória de Deus e nossa alegria são faces de uma mesma moeda. Quando procuramos verdadeira satisfação vislumbramos e refletiremos a glória de Deus. Pois, a verdadeira alegria resulta na contemplação apaixonada do único ser no universo que tem toda a glória e beleza. A contemplação da beleza de Deus nos deixa encantados e sobressaltados ante inenarrável resplendor.

O Breve Catecismo de Westminster indaga: Qual o fim principal de todo o homem? Ele mesmo responde: O fim principal de todo homem é glorificar a Deus e se alegrar Nele para sempre.

A nossa alegria e a glória de Deus é o propósito de Deus para nossas vidas e o alvo da vida cristã. Toda a plenitude da vida cristã se resume na contemplação do Ser eterno de Deus na Pessoa maravilhosa de Cristo Jesus pela obra persuadora e renovadora do Espírito Santo.

Soli Deo Gloria!

terça-feira, agosto 31, 2010

A Centralidade da Cruz na Igreja de Cristo


A pregação da cruz deve ser central em nossa vida e ministério. A cruz de Cristo é a pedra de toque de todo ministério cristão. A cruz deve ser vista “como o teste e o padrão de todo ministério cristão autêntico”[1]. A cruz de Cristo não deve ser vista apenas como um meio de nossa salvação, mas também devemos observar as múltiplas funções que perpassa a doutrina da cruz em todo o Novo Testamento.
A centralidade da cruz precisa ser evidenciada em todos os aspectos de nosso ministério. Precisamos enfatizar a cruz de Cristo na adoração a Deus, na edificação da igreja, no discipulado cristão, na disciplina eclesiástica e na evangelização do mundo. A cruz é central! A glória da igreja está em sua ênfase sobre a cruz de Cristo. A glória da igreja é a glória da cruz de Cristo. Paulo disse: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo [...]” (Gl 6.14). Na vida cristã e em todo o universo nada se compara com a glória da cruz de Cristo Jesus.
Por que um homem como Paulo se gloriava unicamente na cruz de Cristo? Ele tinha muitas credenciais que poderiam ser sua glória. Mas, ele não se gloria em nenhuma de suas credenciais ou mesmo em nenhum de seus antigos mestres. Sua glória estava na cruz de Cristo. O Cristo da cruz era sua paixão e seu bem maior. Paulo sabia que através da cruz Cristo lhe conquistara e o atraíra. O Senhor Jesus disse em João 12.32: “E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim mesmo”. A cruz ergueu a Cristo como o grande alvo e como nossa grande esperança de salvação e reconciliação com o Deus irado.

A doutrina da cruz de Cristo sustém a igreja de Deus em todos os aspectos de sua vida e ministério. A cruz é a base, e o meio e o alvo do ministério cristão e também de nossa vida como cristãos.

Não importa a situação do mundo, não podemos abandonar a pregação da cruz de Cristo. Não é o mundo que dita o conteúdo de nossa pregação, mas é Deus! E Deus nos diz em Sua Palavra que a cruz de Cristo é central em nossa mensagem ao mundo. Paulo disse: “Porque decidi nada saber entre vós, senão Jesus Cristo, e este crucificado” (1Co 2.2).
O que o mundo precisa não é de mensagens motivacionais. Não é de mensagens terapêuticas ou psicológicas. Mas o que o mundo precisa é da mensagem da Cruz!
Talvez os pregadores motivacionais digam: “não, não podemos pregar sobre a cruz, pois isso vai desmotivar as pessoas”!
Ou podemos ouvir os psicólogos vociferarem: “não podemos falar da cruz, pois isto é um golpe na auto-estima das pessoas! Nós devemos elevar a auto-estima delas”!
Paulo chama estes pensadores de inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.18). Paulo disse em 1Coríntios 1.17: “Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho, não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo”.
A missão da igreja é pregar o evangelho da cruz e não um “evangelho” da auto-estima. A missão da igreja é pregar o evangelho, não em sabedoria de palavra das novas idéias aplaudidas pelo mundo, para que não anule a cruz de Cristo.

A mentalidade do mundo nunca foi e nunca será favorável a mensagem da cruz. E Paulo elenca pelo menos três concepções do mundo com relação à cruz de Cristo:
(1) Escândalo: A pregação da cruz de Cristo para os judeus é escândalo. A palavra grega que Paulo usa é skandalon significando “qualquer impedimento colocado no caminho e que faz alguém tropeçar ou cair”. Figuradamente “aplicado a Jesus Cristo, cuja pessoa e ministério foram tão contrários as expectativas dos judeus a respeito do Messias, que o rejeitaram e, pela sua obstinação, fizeram naufragar a própria salvação”.
O que há de magnífico em um rei perdurado num madeiro, diziam eles! Não vemos nem um milagre, mas apenas impedimento.
A cruz é um impedimento e pedra de tropeço para os judeus porque ela vai de encontro e contra todas as suas expectativas e idéias.
A mensagem da cruz de Cristo nunca satisfará os anseios egoístas das pessoas. Pelo contrário, a mensagem da cruz é um golpe certeiro no egoísmo humano.
A cruz de Cristo sempre será um alvo de desprezo para este mundo.

(2) Loucura: Para os gentios/gregos a pregação da cruz é para loucos e não para pessoas sábias. Eles se achavam os detentores da sabedoria. Eles destilavam em seus discursos grandes palavras de persuasão humana. Eles eram mestre na técnica da retórica. Eram peritos em eloqüência. Para eles a pregação da cruz não tinha nada de atrativo. Era coisa de louco.
Para muitos “sábios” na cidade grega de Atena, a capital da sabedoria, Paulo era um tagarela (At 17.18).

(3) Fraqueza: Para todos os povos e principalmente para os judeus a cruz é sinônima de fraqueza.
Não há, diziam eles, nenhum poder demonstrado num homem pendurado num madeiro. Isso não é força, mas fraqueza.

Para o mundo a cruz de Cristo é escândalo, loucura e fraqueza. Não a nada de atrativo nisso, diz o mundo.

Devemos operar sobre dois princípios apresentados na seguinte frase: “Devemos pregar de tal maneira para confrontar/perturbar os confortados e, consolar os perturbados”.
A pregação da cruz de Cristo é um confronto a mentalidade confortada pelo pecado. As pessoas amam o pecado e quando pregamos a mensagem da cruz de Cristo elas são confrontadas com a revelação de que Deus odeia o pecado. A cruz revela o caráter santo de Deus e Ele não tolera o pecado. O pecado é uma afronta a Deus. E as pessoas que pecam estão afrontando a Deus. E na cruz de Cristo Deus mostra para essas pessoas que Ele trata com severidade o pecado. Pois, a cruz revela a Sua justa ira contra o pecado.

Mas, também a pregação da cruz de Cristo é um consolo para os perturbados, para os cansados e sobrecarregados (Mt 11.28-30). A mensagem da cruz é um alívio para aqueles que estão em desespero e não sabem o que fazer. É pela mensagem da cruz que mostramos a estas pessoas que Deus já fez tudo por elas em Cristo Jesus na cruz. E que elas precisam apenas se arrepender de seus pecados e voltar-se com fé para Cristo Jesus. Pois, a cruz de Cristo revela o grande amor de Deus por elas sendo elas ainda pecadoras. A cruz de Cristo não revela o valor da humanidade, mas revela o valor do amor/caráter de Deus. Paulo disse isso quando escreveu em Romanos 5.8:

“Mas Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”.

O apóstolo João disse isso em outras palavras quando escreveu em 1João 3.1:

“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a Ele mesmo.”.

O teólogo e pastor John Piper disse acertadamente:

“O amor de Deus por nós não se revela principalmente em que Ele nos valoriza, e sim em que Ele nos dá a capacidade de nos regozijarmos em apreciá-Lo para sempre. Se centralizamos e focalizamos o amor de Deus em nosso valor, estamos nos afastando do que é mais precioso, ou seja, Ele mesmo. O amor labuta e sofre para nos cativar com aquilo que é infinita e eternamente satisfatório: Deus mesmo. Por conseguinte, o amor de Deus labuta e sofre para aniquilar nossa escravidão ao ídolo do “eu” e focalizar nossas afeições no tesouro de Deus”
[2].

A cruz de Cristo mostra que o homem não é o centro do universo, mas Deus o é. Para a maioria das pessoas o amor de Deus tem de colocá-las no centro de tudo. Mas a cruz nos mostra que Deus ama as pessoas para Sua glória. Não é o bem-estar das pessoas que em última análise Deus almeja, mas Sua glória e a demonstração para Suas criaturas de que a verdadeira felicidade delas está em Cristo Jesus, a dádiva de Deus para a humanidade (Jo 3.16).
John Piper nos diz: “O amor é fazer tudo que for necessário para ajudar os outros a verem e experimentarem a glória de Deus em Cristo, para todo o sempre. O amor mantém a Deus no centro, porque a alma foi criada para Deus”
[3]. E só encontrará verdadeira felicidade, prazer e descanso em Deus.
[1] D. A. Carson em A Cruz e o Ministério Cristão, pg. 11. Editora Fiel.
[2] Em Penetrado Pela Palavra, pg. 09,10. Editora Fiel.
[3] Op. Cit., pg. 12.

terça-feira, agosto 10, 2010

O Pregador Atalaia



“Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao som da trombeta; mas eles dizem não escutaremos” (Jr 6.17).



A tarefa das atalaias eram advertir o povo do perigo que se aproximava. Os profetas de Deus continuamente recebiam a Palavra de Deus para avisar o povo do perigo iminente. Deus disse a Ezequiel: “Filho do homem: Eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da Minha Boca ouvirás a Palavra, e os avisarás da Minha parte” (3.17).
Notem que o profeta-atalaia não inventava a mensagem, mas apenas e sublimemente transmitia a Palavra que ouvia da boca do Senhor Deus.
Deus é contra todos aqueles profetas, pregadores, ensinadores; educadores e mestres que falam o que Deus não falou. Costumo dizer em minhas pregações que Deus não tem compromisso com as palavras do pregador, mas com a Sua Palavra que o pregador transmite ao povo. Deus honrar não o que eu penso sobre Sua Palavra, mas aquilo que paro para ouvir o que Deus está dizendo em Sua Palavra para mim e para a Igreja do Senhor. Deus não zela pela minha palavra, pelos meus sonhos e pelas minhas idéias alegóricas, mas a Escritura é bastante peremptória quando diz em Jeremias 1.12: “[...] porque Eu velo sobre a Minha Palavra para cumpri-la”.
Todo o Ser de Deus está voltado para o cumprimento de Sua Palavra! O Senhor Jesus disse em Mateus 24.35: “Passará o céu e a terra, porém, as Minhas Palavras não passarão”. Nesta mesma sintonia o salmista declarou: “Para sempre, ó SENHOR, está firmada a Tua Palavra no céu” (Sl 119.89). Quero vê como encaram este versículo aqueles que dizem que no céu só teremos louvor, se a Palavra do SENHOR está para sempre FIRMADA no CÉU!

Sabemos que a Palavra de Deus é a expressão externa de Seu Ser manifestando a Sua vontade. Então podemos está seguros de que Deus fará toda a Sua vontade revelada em Sua Palavra. Veja esta verdade perene em Isaías 46.9-11:
“Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que Eu Sou Deus, e não há outro, Eu Sou Deus, e não há outro semelhante a Mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o Meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade; que chamo a ave de rapina desde o Oriente e de uma terra longínqua, o homem do Meu conselho. Eu o disse, Eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei.”
É a Sua Palavra e não às minhas idéias que Deus cumprirá e executará!
Então, ai do profeta, pregador ou mestre que não esteve no conselho do SENHOR, e enchem de vãs esperanças o povo do SENHOR falando das visões do seu coração corrompido, proclamando uma paz fictícia, e não o que vem da Boca do SENHOR (cf. Jr 23.16-18).

Devemos seguir o exemplo altaneiro de Paulo. Escrevendo aos cristãos da cidade de Corinto diz: “Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a Palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2Co 2.17).
O obreiro não manipula a Palavra da Verdade. O obreiro não mercadeja ou negocia com a Palavra da Verdade, falsificando-a. O obreiro não se preocupa ou se ocupa em expor suas idéias, opiniões, visões do seu coração (Jr 23.16), profecias mentirosas (Jr 23.25), sonhos (Jr 23.25-28; 27.9; 29.8) e etc., mas a Palavra do SENHOR (Jr 23.28). Devemos ter o cuidado para não furtar e torcer as Palavras do SENHOR ao nosso próximo (Jr 23.30, 36). Corremos o perigo de usar a nossa própria linguagem (Jr 23.31), em vez da linguagem do SENHOR – Sua Palavra Escrita (Rm 15.18-21; 1Co 2.2; 2Tm 2.2; 1Pe 4.11). Oh! Que sejamos como Jeremias quando disse: Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino (Jr 1.6). Só assim, o SENHOR estenderá a Sua mão, e tocará a nossa boca, dizendo: Eis que ponho as Minhas Palavras na tua boca (Jr 1.9). Bem como Moisés, que disse: Ah, meu Senhor! Eu não sou homem eloqüente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao Teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua (Ex 4.10). Ouçamos a resposta divina: Vai, pois, agora, e Eu serei com a tua boca e Te ensinarei o que hás de fazer (Ex 4.12). Creio, piamente, que só deixaremos o nosso palavreado profano quando vislumbrarmos a Santidade do Deus soberano (Is 6.5-7). E depois disso, ouviremos o Senhor dizendo: “Vai, e dize a este povo...”. Só digamos algo se Ele nos mandar! Por isso, falemos as Suas Palavras e não as nossas palavras contaminadas!
Atenciosamente,
Pastor F. Ivan Teixeira da Silva
escravo da Palavra.