Discípulos de Cristo Jesus

Vivendo Para a Glória de Deus!

A vida cristã deve ser vivida para a glória de Deus somente. Em tudo o que nos empenhamos e fazemos devemos procurar a glória de Deus. Paulo chegou a dizer que até mesmo as coisas mais curriqueiras da vida como o beber e o comer devem ser feitos para a glória de Deus (1Co 10.31).

Nenhum de nós viveremos na plenitude se não vivermos voltados para a glória de Deus. Pois, a plenitude da vida está em viver para a glória de Deus. A glória de Deus produzirá a verdadeira vida plena de satisfação em Deus.

O pastor e escritor John Piper foi feliz quando afirmou que Deus é mais glorificado em nós quanto mais nos alegramos Nele. A glória de Deus e nossa alegria são faces de uma mesma moeda. Quando procuramos verdadeira satisfação vislumbramos e refletiremos a glória de Deus. Pois, a verdadeira alegria resulta na contemplação apaixonada do único ser no universo que tem toda a glória e beleza. A contemplação da beleza de Deus nos deixa encantados e sobressaltados ante inenarrável resplendor.

O Breve Catecismo de Westminster indaga: Qual o fim principal de todo o homem? Ele mesmo responde: O fim principal de todo homem é glorificar a Deus e se alegrar Nele para sempre.

A nossa alegria e a glória de Deus é o propósito de Deus para nossas vidas e o alvo da vida cristã. Toda a plenitude da vida cristã se resume na contemplação do Ser eterno de Deus na Pessoa maravilhosa de Cristo Jesus pela obra persuadora e renovadora do Espírito Santo.

Soli Deo Gloria!

terça-feira, julho 14, 2009

Curso de Computação ou Curso de Teologia.

Hoje, dia 11 de julho de 2009, fui notificado para minha tristeza que um Curso de Teologia foi substituído por um Curso de Informática. Mas não estou tão assustado assim, pois isso apenas reverbera o descompromisso de minha geração pela teologia sistemática. É claro que não sou contra cursos de informáticas em nossas igrejas. Por favor, não me interprete mal. Apenas estou citando mais um dado, talvez em um aspecto diferente, da repulsa de nossos contemporâneos que se dizem amar a Deus e Sua Palavra (Bíblia), mas, para felicidade do Diabo e para desgraça de muitos, negligenciam o estudo Sistemático da doutrina.

Estamos presenciando mais uma vez na história um sentimento repulsivo pelas verdades aurifulgentes da Palavra de Deus. Não muito tempo atrás a teologia era considerada um “bicho de sete cabeças”, uma coisa oriunda até mesmo do diabo. Recentemente estive em um dos Estados de nosso País quando fui “surpreendido” com a notícia de que certo pastor presidente havia disciplinado alguns obreiros por estarem cursando teologia.

Em outra ocasião ouvi de um pastor que dizia que não promoveria abertura para o estudo teológico na igreja visto que o povo se tornaria muito exigente fazendo perguntas para ele. Acredito que poderia resumir este sentimento como uma displicência e preguiça da parte deste pastor de estudar as Escrituras sistematicamente para instruir o povo. São pastores preguiçosos que nem estudar e impedem ou não incentivam o povo a estudar. O resultado é um analfabetismo desenfreado. Um povo manipulado por certos líderes que não querem que o povo conheça as verdades. Todo manipulador é contra o povo buscar conhecimento. Estes “pastores” não são líderes, mas sim ditadores.
Com isso não estou dizendo que o líder que substituiu o curso de teologia pelo de informática seja um ditador. Refiro-me ao terceiro exemplo.

Permitam-me abrir um grande parêntese para uma estatística da falta de compromisso com a leitura e estudo em nosso país que promove, evidentemente, um analfabetismo bíblico.

Por Raniere Menezes:
“Correndo Filipe, ouviu-o ler o profeta Isaías e perguntou: Compreendes o que vens lendo?” Atos 8.30.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) encomendou uma pesquisa de interesse econômico-cultural e divulgou dados impressionantes. Cerca de 60% dos brasileiros adultos alfabetizados quase não tem livros em casa e o contato com literatura é mínimo. 89% das cidades brasileiras não têm uma livraria sequer! E quase 7 milhões de pessoas não tem condições econômicas de comprar um livro. Os números são esclarecedores. Como diz a paródia do ditado popular: “Escreveu, não leu, é analfabeto”.
Outra pesquisa (ano 2004), agora do INEP/MEC – um órgão nacional – divulgou que: de cada 100 estudantes brasileiros com, no mínimo, quatro anos de escolarização, 59 não podem ser considerados leitores competentes, e na região nordestina, esse número sobe para 75. Apenas 6 de cada 100 jovens concluintes do ensino médio desenvolveram habilidades de leitura compatíveis com onze anos de escolarização. São fatos!
O diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep/MEC, o sociólogo Carlos Henrique Araújo, definiu a gravidade da situação com estas palavras: “São indicadores que revelam que os sistemas educacionais do Brasil estão longe do mínimo de qualidade exigido para uma sociedade em pleno século 21. Estranhamente, esses números repercutem muito menos do que deveriam.”
Fazendo uma inevitável comparação, o curioso é que, em 1998, a Gráfica da Bíblia (SBB) já havia completado a produção de 10 milhões de exemplares de Bíblias e, apenas dois anos depois, alcançado a impressionante marca de 20 milhões. Compare os números acima e pergunte-se: qual é a qualidade dos evangélicos leitores e interpretes da Bíblia de hoje no Brasil? E também: onde me encaixo nessa estatística?
Levando em conta que a Reforma Protestante do século XVI foi um movimento altamente literário, e que de maneira significativa o protestantismo é uma experiência literária, os atos de culto, por exemplo, são atos literários: leitura da Bíblia, oração pública, cânticos, meditação no seu significado, ouvir o sermão, conversar com os outros sobre doutrina e prática. No culto a leitura e exposição das Escrituras são os eventos principais.
É lícito questionar: será que a Bíblia está sendo a verdadeira e última palavra da igreja protestante brasileira? A Bíblia é compreendida como suficiente? É de forma bíblica que estão chamando os pecadores a Cristo? Está havendo crescimento na graça e no conhecimento do Verbo? O que está sendo estudado e pregado é direção bíblica para nossa vida? Como iremos reformar sem a interpretação correta das Escrituras?

Após ter estas palavras de Raniere Menezes em mente continuo dizendo: Todos aqueles líderes quer por comissão (que estão impedindo o povo de estudar teologia sistemática) ou quer por omissão (que negligenciam o estudo sistemático da doutrina), que impedem o povo de conhecer a Deus serão culpados diante do SENHOR que fez os céus e a terra.
Estes supostos líderes estão negligenciando o maior bem que o homem e uma mulher podem obter: o conhecimento de Deus. O conhecimento de Deus e sobre Deus é uma necessidade premente para nossas igrejas atuais. Muitos estão sendo enganados pelos falsos líderes e falsos pregadores. Estamos presenciando a banalização do altar. Infelizmente o altar está se transformando num balcão em que se está vendendo um produto que supostamente dizem que é o evangelho do Senhor Jesus. Realmente o povo está sendo destruído por que não tem conhecimento (cf. Os 4.6). E conhecimento no sentido veterotestamentário significa não apenas saber algumas coisas sobre a Auto-revelação de Deus registrada nas Escrituras, mas também ter relacionamento pessoal com Ele. Dentro da teologia do Antigo Testamento conhecer a Deus é ter conhecimento de Deus e todo verdadeiro conhecimento de Deus deságua num grande relacionamento com Ele. É exatamente isso que a verdadeira teologia produz. É o conhecimento verdadeiro de Deus que produz verdadeiras experiências com Deus. Hoje as pessoas querem experiências com Deus sem o verdadeiro conhecimento de Deus. O resultado é um povo afundado no subjetivismo e pragmatismo.

Mais do que nunca as Palavras do SENHOR por intermédio do profeta Oséias são pertinente para a nossa geração cibernética: “Ouvi a Palavra do SENHOR, vós, filhos de Israel, porque o SENHOR tem uma contenda com os habitantes da terra; porque nela não há verdade, nem amor, nem conhecimento de Deus” (Os 4.1).
Onde estas coisas essenciais estão sendo negligenciadas, infelizmente, alguns substitutos tornam-se evidentes. Diz o SENHOR ainda pelo Seu profeta: “O que prevalece é perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios” (Os 4.2).
O que acontece no mundo e dentro de nossas igrejas é uma conseqüência da falta de conhecimento de Deus. Quando o povo negligencia o estudo sobre Deus não pode ter comunhão com Deus, uma avalanche de pecados soterra a sociedade e a igreja visível. Um povo que não tem comunhão com Deus está entregue a sua própria natureza pecaminosa que desonra a Deus.
Muitas de nossas igrejas são conhecidas mais pelos escândalos de seus pecados do que por uma vida santa que glorifica a Deus. Nossas igrejas no anelo de se tornarem relevantes para este mundo estão se tornando irrelevantes. Nossas igrejas estão caindo nos mesmos pecados que antes condenavam. O divórcio, adultério, homossexualidade e outros são pecados, infelizmente, vívidos e até aplaudidos nas igrejas atuais. Isto é conseqüência de um povo que não conhece ao seu Deus. Como diz o profeta: “[...] pois o povo que não tem entendimento [de Deus] corre para a perdição” (Os 5.14).
Por não conhecerem a Deus o espírito de prostituição solapa nossas denominações (cf. Os 5.4).

Que estes líderes e seus liderados ouçam a exortação profética que diz: “Vinde, e tornemos para o SENHOR, porque Ele nos despedaçou, e nos sarará; fez a ferida, e a ligará. Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao SENHOR: como a alva a Sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra” (Os 6.1,3).

Muitos cristãos estão fracos em suas vidas e testemunhos porque desconhecem a Deus. Pois, somente um povo que conhece a Deus se tornará forte e fará proezas (cf. Dn 11.32). Um dos grandes sinais de um autêntico avivamento é o anelo do povo por conhecer a Deus. Em épocas de avivamento os bares, os lupanares e até mesmo os estádios de futebol ficavam vazios. Por quê? Onde estava o povo? A resposta é que eles estavam nas igrejas buscando a Deus. Os seminários estavam cheios de pessoas ávidas para estudarem o Ser e os Atributos de Deus e Sua culminante revelação em Cristo Jesus.
Hoje, infelizmente, o contrário parece ser verdadeiro. Os seminários estão se esvaziando e, até fechando, pois o povo prefere satisfazer seus próprios interesses egoístas. Estão preocupados mais com seus afazeres do que com a glória de Deus.

Presenciamos pregadores rasos em suas preleções. Nossa geração valoriza mais o mensageiro do que a própria mensagem. Oh, geração incrédula e corrupta! Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se Yahweh é Deus servi-O! Se for baal servi-o. Mas, não fiqueis divididos em vossos corações corruptos.
O que vemos são pregadores da mídia e não pregadores do altar. E o que nossa geração está precisando não é de pregadores que são produtos da mídia, mas sim, e isto desesperadamente, de pregadores que são produtos do altar celestial. Como disse certo escritor: Precisa-se de profetas para pregar aos pregadores.


Transcrevo a seguir um trecho de nossa apostila do Curso Básico Avançado de Teologia Sistemática. O título da apostila é: “Prolegômenos à Teologia Sistemática: Introduzindo o Aluno à Teologia Sistemática”. Isto para uma meditação mais apurada.

A Necessidade do Estudo da Doutrina ou da Teologia Sistemática
Há, de fato, uma necessidade de estudar teologia? Não basta que eu simplesmente ame ao Senhor Jesus? Para algumas pessoas, a teologia não é necessária, como também indesejável, podendo ser facciosa.

A Doutrina/Teologia é mesmo Importante?
Infelizmente há um antagonismo generalizado no meio evangélico com respeito à doutrina/teologia. Muitos reagem à palavra “doutrina” ou “teologia” de forma antagônica por não terem experimentado o encanto e a emoção de entender os maravilhosos ensinamentos da Palavra de Deus.
Infelizmente, diz Charles Ryrie, “a doutrina está passando por tempos difíceis”. Isto não é um lamento novo de nossa época. No século XIX, John C. Ryle, conhecido como o primeiro Bispo de Liverpool, Inglaterra, já lamentava:

“Em que os pastores evangélicos ficam aquém de seus antecessores do século XVIII? Na doutrina. Não são tão completos, nem tão marcantes, nem tão firmes. Temem declarações enérgicas”.

O teólogo David Wells avaliou o cenário moderno da seguinte maneira:

“A nova busca pelo pragmatismo contemporâneo transformou a natureza do ministério cristão, o trabalho dos seminários e o funcionamento interno das lideranças denominacionais. Em todos eles, a transformação prenuncia a morte da teologia. [...] As editoras que apóiam as publicações teológicas vêem seus recursos diminuírem continuamente”.

Esta situação é realçada quando observamos algumas desculpas para negligenciar o estudo teológico. Pelo menos quatro podem ser destacadas:

(1) A falta de praticidade.
Com isso as pessoas querem dizer que a teologia não é prática e que a experiência é mais importante do que a doutrina. Que declaração superficial!
Estas pessoas se esquecem de que toda a prática deve ser baseada em doutrinas bíblicas sólidas e que se espera que toda doutrina bíblica resulte em práticas corretas. A sã doutrina e as experiências bíblicas precisam andar juntas.

(2) A falta de relevância.
Dizem que estas velhas doutrinas nada têm a dizer para o homem pós-moderno. Estas pessoas dizem que teologia não é relevante para o nosso contexto atual. Não tem significância para nossas vidas.
Quem alega que a teologia não é relevante e nem prática desconhece a evidência de que a verdadeira teologia está baseada na sempre eterna Palavra de Deus. E a Bíblia afirma sobre si mesma:

“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino [extremamente doutrinária], para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça [extremamente relevante], a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra [extremamente prática]” (2Tm 3.16,17).

(3) A falta de facilidade.
Outra desculpa para negligenciar o estudo da teologia advoga que não devemos impor os ensinamentos doutrinários um vez que é difícil entendê-los.
Sem dúvida, algumas doutrinas são mais difíceis de compreender do que outras. Mas isso não deve nos impedir de explorar as áreas mais complexas dentro dos limites das Escrituras.
No crescimento cristão, como afirma Hebreus 5.12–14, o leite é apropriado para o estágio da infância, mas o alimento sólido é necessário para a maturidade (cf. 1Co 3.1–9).

(4) A falta de união.
Quantos de nós já não ouvimos pessoas dizendo que a doutrina divide os cristãos. É claro que muitos, em nome da teologia, causaram grandes divisões não necessárias. Mas, a doutrina também causa união. Quantos cristãos do passado e do presente estão unidos em tornos dos grandes temas da teologia?
Devemos está unido em torno da verdade e não em torno da mentira. Mas, é melhor está dividido por causa da verdade do que unidos na mentira.

Há, no entanto, algumas razões pelas quais o estudo da teologia ou da doutrina não é opcional. Creio que estudar teologia é um caso de vida ou morte!

1) Crenças Doutrinárias Corretas são Essenciais no Relacionamento entre o Cristão e Deus.
Assim, por exemplo, o autor de Hebreus disse: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Também importante para um relacionamento adequado com Deus é a crença na humanidade do Senhor Jesus (cf. 1Jo 4.2). Paulo destacou a importância da crença na ressurreição de Cristo (Rm 10.9-10).

2) A Doutrina é Importante por causa da Ligação entre a Verdade e a Experiência.
Nossa época atribui altíssimo valor à experiência imediata. Assim, muitos utilizam drogas por causa da excitação ou do estímulo que elas oferecem. E o que dizer em nosso meio, em que muitos buscam uma satisfação imediata nos movimentos religiosos. As pessoas estão atrás de uma experiência divorciada da revelação das Escrituras. É experiência do tipo “ruivo santo”, “vômito santo”, “gargalhada santa” e assim a lista cresce. São pessoas que enaltecem suas experiências acima da Palavra de Deus. A doutrina é importante porque corrige esses abusos. A doutrina dar consistência para as pessoas; dar-lhes verdadeiras experiências com Deus. Um conhecimento correto de Deus – revelado nas Escrituras por um estudo cuidadoso – proporcionará experiências douradoras. Mas muitos preferem, negligenciando o estudo da teologia, estas experiências subjetivas. Como já falou John MacArthur em uma de suas palestras: “Se realmente eles tivessem tido um encontro com Deus, eles não estariam rindo”.
O simples sentimento agradável em relação ao Senhor Jesus não pode ser divorciado da necessidade de saber se Ele é genuinamente o Filho de Deus. A esperança quanto ao futuro depende de saber se Ele ressuscitou e se nós vamos ressuscitar algum dia.
Uma compreensão correta da teologia deságua no oceano das experiências profundas com Deus. Creio na ortopraxia, mas também na ortodoxia. Aquela depende dessa; essa resulta naquela. Não podem está dissociada. Não pode haver hiatos entre as duas, elas devem andar de mãos dadas. Ortodoxia sem ortopraxia leva-nos a esterilidade; ortopraxia sem ortodoxia leva-nos a histerias. Essas irmãs gêmeas precisam ser afirmadas em nossos dias como inseparáveis. Um ou outro mal pode vir sobre os negligentes. A Igreja está de pé ou cai com estas duas verdades!

3) A Compreensão Correta da Doutrina é Importante porque hoje há muitos Sistemas de Pensamento Religiosos e Seculares que Disputam nossa Devoção.
Abundam filosofias e psicologias populares de auto-ajuda, e muitas delas camuflada com uma terminologia cristã. Entre as opções religiosas há grande número de seitas e cultos, além de enorme variedade de denominações cristãs. E religiões alternativas são encontradas não só em outros países, mas também possuem inúmeros adeptos no Brasil. Temos sistemas com um toque do evangelicalismo. Temos a teologia da prosperidade que tem causado males terríveis em nossos arraiais. Muitos seguem abertamente esses ensinamentos que levam muitos cativos para uma religiosidade superficial. Esses sistemas geram crentes descompromissados com Deus e com Sua Palavra. Porque as pessoas estão mais preocupadas em que Deus supra as suas necessidades egoístas do que em labutarem pela verdade de Deus.
Diz-se que a maneira de lidar com as várias alternativas é fazer uma refutação minuciosa e uma exposição sistemática de suas falhas. Uma abordagem positiva em que se ensinam os pontos de vista do Cristianismo parece, no entanto, preferível. Essa abordagem fornece uma base para a avaliação das posições alternativas. Conhecendo o verdadeiro é fácil identificar o falso e vil. O erro prevalece na ausência da verdade!

4) A Teologia é Necessária por causa do Instinto Organizador da Mente Humana.
Esse princípio organizador faz parte de nossa constituição.
A mente não se satisfaz apenas em descobrir certos fatos a respeito de Deus, do homem, e do universo: ela deseja conhecer as relações entre essas pessoas e coisas e organizar suas descobertas em forma de um sistema.


5) A Necessidade da Teologia Baseia-se na Relação da Verdade Sistemática com o Desenvolvimento do Caráter.
A verdade integralmente digerida é essencial ao desenvolvimento do caráter cristão no indivíduo e na Igreja.
Os mais fortes cristãos são os que têm a mais firme segurança nas grandes doutrinas do Cristianismo; as épocas heróicas da Igreja são as que têm mais consistente testemunho delas (cf. Ap 3.10).
Para a conversão é necessário algum conhecimento da verdade (Rm 10.17) – pelo menos do pecado e de um Salvador (cf. Rm 10.8-11); a união destas duas verdades é o começo da teologia. Todo o subseqüente desenvolvimento do caráter está condicionado à evolução do conhecimento. Cl 1.10: “Para que possais andar dignamente [prática] diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda a boa obra, e crescendo no conhecimento de Deus [doutrina]” (ênfase acrescentada). O texto grego reza: aucsanómenoi tê epignõsei tou Theou. Segundo Strong significa “crescendo através do conhecimento de Deus”; o dativo instrumental representa o conhecimento de Deus como orvalho ou a chuva que alimenta o desenvolvimento da planta; cf. 2Pe 3.18 – “crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. Para os textos que representam a verdade como alimento ver Jr 3.15 “vos apascentem com conhecimento e inteligência”; Mt 4.4 – “Não só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus”; 1Co 3.1, 2 – “como crianças em Cristo... leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido”; Hb 5.14 – “o mantimento sólido é para os perfeitos”. O caráter cristão apóia-se na verdade da Palavra de Deus como alicerce; ver 1Co 3.10-15 – “pus eu... um fundamento e outro edifica sobre ele” (vide também 1Pe 2.2,3; Sl 34.8). Somos exortados a não termos conhecimento sem amor (cf. 1Co 8.1), mas também encoraja-nos o apóstolo a não termos amor sem conhecimento (cf. Fp 1.9-11).
Os homens agem de acordo com aquilo em que realmente crêem e não de acordo com aquilo em que eles simplesmente dizem crer.
A teologia não apenas nos ensina que tipo de vida deveríamos viver, mas nos orienta a viver dessa maneira. Em outras palavras, a teologia não apenas indica as normas de conduta, mas também nos fornece os motivos para tentarmos viver de acordo com essas normas (cf. Gl 6.16).
O apóstolo Pedro ensinou que o conhecimento verdadeiro e pleno de nosso Senhor Jesus Cristo, deve desaguar-se em uma vida cristã virtuosa e piedosa (2Pe 1.3-11).

6) A Necessidade da Teologia Sistemática baseia-se na Natureza das Escrituras.
A Bíblia é para o teólogo o que a natureza é para o cientista, um conjunto de fatos desorganizados ou apenas parcialmente organizados. Deus não achou necessário escrever a Bíblia na forma de Teologia Sistemática; é nossa tarefa, portanto, ajuntar os fatos dispersos e colocá-los sob a forma de um sistema lógico para uma compreensão ampla das verdades reveladas. Há certamente algumas doutrinas que são tratadas com relativa extensão em um único contexto; mas não há nenhuma que seja ali tratada exaustivamente. Veja por exemplo: Sl 19; 119 – tratando das qualidades da Palavra de Deus; os ensinamentos da onipresença e onisciência de Deus no Sl 139; os sofrimentos, morte, e exaltação do Servo de Yahweh em Is 53 e outros.
A Escritura nos estimula ao estudo integral e abrangente da verdade (Jo 5.39, “examinai as Escrituras”), à comparação e harmonização de suas diferentes partes (1Co 2.13 – “comparando as coisas espirituais com as espirituais”), à reunião de tudo em torno do fato central da revelação (Cl 1.27 – “que é Cristo em vós, esperança da glória”), à pregação na forma sadia assim como em suas devidas proporções (2Tm 4.2 “prega a Palavra”). O ministro do Evangelho é chamado “escriba que se fez discípulo do reino do céu” (Mt 13.52); os “pastores” das igrejas devem ser ao mesmo tempo “mestres” (Ef 4.11); o bispo deve ser “apto para ensinar” (1Tm 3.2), “que maneja bem a Palavra da Verdade” (2Tm 2.15), “retendo firme a Palavra Fiel, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convencer os contradizentes” (Tt 1.9).

7) A Teologia Sistemática é Necessária dada a Importância dos Pontos de vistas Definidos e Justos da Doutrina Cristã para o Pregador.
A sua principal qualificação intelectual deve ao poder de conceber clara e compreensivelmente e expressar precisa e poderosamente a verdade.
O pregador só pode ser o agente do Espírito Santo na conversão e santificação dos homens quando pode brandir “a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6.17), ou, em outra linguagem, só quando pode imprimir a verdade nas mentes e consciências de seus ouvintes (cf. At 2.37).
O pregador tem como objetivo, conhecendo bem a Teologia Sistemática, substituir as concepções obscuras e errôneas entre os seus ouvintes pelas corretas e vívidas. Mutilar a doutrina ou interpretá-la falsamente não é só um pecado contra o Seu Revelador, – pode levar à ruína as almas dos homens (cf. 1Tm 4.16). A melhor salvaguarda contra tal mutilação ou falsa interpretação é o estudo diligente das várias doutrinas da fé nas inter-relações e especialmente nas relações com o tema central da teologia, a Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo.
O pregador deve fornecer a base do sentimento, produzindo a convicção inteligente. Ele deve instruir mais que comover (cf. 2Tm 2.2,24 ARA). Se o objetivo primordial do pregador é o conhecer Deus e, a seguir, tornar Deus conhecido, o estudo da teologia é absolutamente necessário ao seu sucesso.
Afirma John Henry Newman: “O falso pegador tem de dizer alguma coisa; o verdadeiro pregador tem alguma coisa para dizer”.
Charles H. Spurgeon afirma: “... Nunca teremos grandes pregadores enquanto não tivermos grandes teólogos. Não espere de estudantes superficiais, grandes pregadores que convençam almas”.
Augustus H. Strong afirma: “Pequenas divergências da doutrina correta da nossa parte podem ser danosamente exageradas naqueles que nos sucederem. 2Tm 2.2: ‘E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros’”.

8) A Necessidade da Teologia Sistemática Revela-se na Íntima Conexão entre a Doutrina Correta e o Firme e Agressivo Poder da Igreja.
A segurança e o progresso da Igreja dependem do “padrão das sãs palavras” (2Tm 1.13), e de ser “coluna e esteio da verdade” (1Tm 3.15). O entendimento defeituoso da verdade, mais cedo ou mais tarde, resulta em falhas de organização, de operação e de vida. A compreensão integral da verdade cristã como um sistema organizado fornece, por outro lado, não só uma incalculável defesa contra heresia e a imoralidade, mas também indispensável estímulo e instrumento no agressivo labor da conversão do mundo.
Há muitas igrejas corcundas por lhes faltarem em suas estruturas e pregações a espinha dorsal da Teologia Sistemática. A teologia sistemática é a espinha dorsal do corpo de Cristo.


Finalizo com as penetrantes palavras de Oséias 14.9 que diz: “Quem é sábio, que entenda estas coisas; quem é prudente, que as saiba, porque os caminhos do SENHOR são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão”.

Soli Deo Gloria!

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