Discípulos de Cristo Jesus

Vivendo Para a Glória de Deus!

A vida cristã deve ser vivida para a glória de Deus somente. Em tudo o que nos empenhamos e fazemos devemos procurar a glória de Deus. Paulo chegou a dizer que até mesmo as coisas mais curriqueiras da vida como o beber e o comer devem ser feitos para a glória de Deus (1Co 10.31).

Nenhum de nós viveremos na plenitude se não vivermos voltados para a glória de Deus. Pois, a plenitude da vida está em viver para a glória de Deus. A glória de Deus produzirá a verdadeira vida plena de satisfação em Deus.

O pastor e escritor John Piper foi feliz quando afirmou que Deus é mais glorificado em nós quanto mais nos alegramos Nele. A glória de Deus e nossa alegria são faces de uma mesma moeda. Quando procuramos verdadeira satisfação vislumbramos e refletiremos a glória de Deus. Pois, a verdadeira alegria resulta na contemplação apaixonada do único ser no universo que tem toda a glória e beleza. A contemplação da beleza de Deus nos deixa encantados e sobressaltados ante inenarrável resplendor.

O Breve Catecismo de Westminster indaga: Qual o fim principal de todo o homem? Ele mesmo responde: O fim principal de todo homem é glorificar a Deus e se alegrar Nele para sempre.

A nossa alegria e a glória de Deus é o propósito de Deus para nossas vidas e o alvo da vida cristã. Toda a plenitude da vida cristã se resume na contemplação do Ser eterno de Deus na Pessoa maravilhosa de Cristo Jesus pela obra persuadora e renovadora do Espírito Santo.

Soli Deo Gloria!

segunda-feira, março 05, 2007

As Obras do Espírito Santo.


O Espírito Santo como Ser Pessoal é o agente executivo da Trindade: Tudo quanto Deus faz, Ele o faz por meio de Seu Espírito[1]. Todavia, deve-se ressaltar que Ele é o agente, não uma agência[2].
Outra coisa que devemos ter em mente com respeito à obra do Espírito Santo, é que precisamos lembrar a verdade que todas as Pessoas da Trindade são ativas na obra de cada Pessoa individual. Alguns nos dizem que Deus Pai operou na Criação, que Deus Filho operou na Redenção e que Deus Espírito Santo operou na Salvação. Mas isso não é verdade, pois em cada manifestação das obras de Deus, a Trindade total se mostra ativa; o Pai é o Autor, o Filho é o Executor e o Espírito Santo é o Ativador de cada ato[3]. Destaca-se que o ato de cada Pessoa da Trindade é um ato de um único Ser. Por isso, podemos afirmar que o Pai amou o mundo (Jo 3.16), o Filho amou o mundo e o Espírito Santo amou o mundo. Mas, ao mesmo tempo, devemos reconhecer os papeis funcionais de cada Pessoa da Trindade. Ou seja, não foi o Pai que morreu na cruz, mas o Filho; não foi o Filho que veio no dia de Pentecoste, mas o Espírito Santo[4]. Em especial, destacamos as obras do Espírito Santo.

1. Sua Obra:
1) Em Relação ao Universo Material.
a) Criação – Gn 1.2,3; Jó 33.4; Sl 33.6.
b) Preservação e governo – Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30; Is 40.7.

2) Em Relação aos Homens Não-Regenerados.
a) O Espírito luta com eles (Gn 6.3).
b) O Espírito Santo testifica-lhes[5] (Jo 15.16; At 5.30-32).
c) O Espírito Santo convence-os[6] (Jo 16.8-11).

3)Em Relação aos Crentes.
a) O Espírito Santo regenera (Jo 3.5,6; Tt 3.5).
b) O Espírito Santo batiza no Corpo de Cristo (1Co 12.12,13).
c) O Espírito Santo habita na Igreja (1Co 3.16,17; Rm 8.9). E Governa a Igreja:
(1) Decisões – At 15.28 e
(2) Vocação de Seus servos – At 13.2; 20.28.

d) O Espírito Santo habita no crente (1Co 6.15-19; Rm 8.9,11).
e) O Espírito Santo é o selo, tornando o crente em Cristo Sua propriedade (Ef 1.13; 4.30; 2Co 1.22).
f) O Espírito Santo é o penhor, garantia da redenção dos santos (Ef 1.14).
g) O Espírito Santo guia a todos os filhos de Deus (Rm 8.14). O Espírito Santo nos guia:
(1) em toda a verdade (Jo 16.13);
(2) para serviços especiais (At 13.2,4);
(3) em serviço (At 8.27-29).

h) O Espírito Santo testifica da nossa filiação (Rm 8.15,16).
i) O Espírito Santo vivificará os corpos dos santos (Rm 8.11).
j) Pelo Espírito Santo os santos mortificam as obras do corpo (Rm 8.13).
l) O Espírito Santo ajuda em nossas fraquezas (Rm 8.26).
m) O Espírito Santo intercede pelos santos (Rm 8.26,27).
n) O Espírito Santo transforma os santos de glória em glória (2Co 3.18).
o) O Espírito Santo fortalece os santos (Ef 3.16).
p) O Espírito Santo enche os santos (Ef 5.18-20).
q) O Espírito Santo liberta[7] os crentes (Rm 8.2).
r) O Espírito Santo equipa para o trabalho:
(1) iluminando (1Co 2.12,14);
(2) instruindo (Jo 16.13,14) e
(3) capacitando (At 1.8; 1Ts 1.5; 1Co 2.1-5).

s) O Espírito Santo produz o fruto das graças cristãs (Gl 5.22,23; comp. Rm 5.5; 14.17; 15.13).
t) O Espírito Santo possibilita todas as formas de comunhão com Deus, através da:
(1) oração (Jd 20; Ef 6.18; Rm 8.26,27);
(2) adoração e louvor (Fp 3.3; At 2.11) e do
(3) agradecimento[8] (Ef 5.18-20).

u) O Espírito Santo confere dons – 1Co 12.4-44.
v) O Espírito Santo opera a santificação – 2Ts 2.13; 1Pe 1.2.

4) Em Relação ao Senhor Jesus Cristo.
a) O Espírito Santo glorificá-lo-á (Jo 16.14).
b) O Espírito Santo testificará dEle (Jo 15.26).
c) O Espírito Santo convencerá[9] o mundo da fé em Cristo, da justiça de Cristo e do juízo de Cristo Jesus (cf Jo 16.8-11).
d) O Espírito Santo lembrará as Palavras de Cristo (Jo 14.26).

4.1. Outras Relações do Senhor Jesus com o Espírito Santo:
a) Concebido pelo Espírito Santo (Lc 1.35).
b) Ungido com o Espírito Santo (At 10.38; cf. Is 61.1; Lc 4.14-18; Is 11.2; Mt 12.17,18).
c) Guiado pelo Espírito Santo (Mt 4.1).
d) Cheio do Espírito Santo (Lc 4.1; Jo 3.34).
e) Realizou Seu ministério no poder do Espírito Santo (Lc 4.18,19).
f) Realizou milagres pelo Espírito Santo – Mt 12.28.
g) Ofereceu-Se em sacrifício pelo Espírito Santo (Hb 9.14).
h) Ressuscitado pelo poder do Espírito Santo (Rm 1.4; 8.11).
i) Deu mandamentos aos apóstolos após a ressurreição por intermédio do Espírito Santo (At 1.1,2).
j) Doador do Espírito Santo (At 2.33).


5. Em Relação às Escrituras Sagradas.

a) O Espírito Santo é o Autor das Escrituras (2Pe 1.20,21; 2Tm 3.16[10]).
b) O Espírito Santo é o Perscrutador das Escrituras (1Co 2.10,11).
c) O Espírito Santo é o Revelador das Escrituras (1Co 2.10,12).
d) O Espírito Santo é o Inspirador das Escrituras (1Co 2.13).
e) O Espírito Santo é o Intérprete das Escrituras (Ef 1.17; 1Co 2.9-14; Jo 16.14-16).
f) O Espírito Santo é o Iluminador das Escrituras (1Co 2.13-15; Ef 1.17,18[11]).
g) Revela os eventos futuros – Lc 2.26; Jo 16.13; At 11.28; 1Tm 4.1.

O Espírito Santo é o Autor das Escrituras, pois foi Ele que moveu ou impeliu os escritores bíblicos. A NVI[12] diz: “...pois jamais a Profecia teve origem na vontade humana, mas homens [santos] falaram da parte de Deus, impelidos[13] pelo Espírito Santo” (2Pe 1.20,21). Sim, a origem das Escrituras não se reporta aos escritores, mas ao Espírito Santo que os movera dando-lhes as Palavras e garantindo que aquilo que escrevessem era precisamente aquilo que Deus tencionava que escrevessem para a comunicação da Sua verdade. Ou seja, “A Escritura nem é dada pelo homem (v.21) nem por ele interpretada (v.20); o Espírito realiza as duas tarefas”[14].
O Espírito Santo sonda as profundezas de Deus e conhece os pensamentos de Deus. E então, Ele revelou Suas descobertas aos apóstolos e profetas (Ef 2.20-22). E comunicou através destes servos de Deus aquilo que revelou para eles, fornecendo-lhes pessoalmente as Palavras. Como também, Ele iluminou a mente dos ouvintes, de modo que pudessem discernir ou interpretar aquilo que havia revelado os apóstolos e profetas (e através deles); e continua essa obra de iluminação, bem com de interpretação, hoje, naqueles que desejam recebê-la[15].
[1] Charles Hodge, Teologia Sistemática, São Paulo, Editora Hagnos
[2] Charles Hodge, idem ibidem.
[3] Emery H. Bancroft em Teologia Elementar – Editora Batista Regular.
[4] Como foi dito no Módulo 04 – Teontologia: Um Tratado do Ser de Deus, pg. 45: “Quando as Escrituras abordam o modo como Deus Se relaciona com o mundo, tanto na criação quanto na redenção, afirmam que as Pessoas da Trindade têm funções ou atividades primordiais diferentes. Isso já foi chamado de “economia da Trindade”, sendo o termo economia usado no sentido obsoleto de “ordenamento de atividades””. Para maiores detalhes consultes as Teologias Sistemáticas, como por exemplo a de teólogos como: Wayne Grudem; Charles Hodge; Chafer e outros.
[5] O Espírito Santo testifica aos não salvos por meio da verdade concernente a salvação em Jesus Cristo.
[6] O Espírito Santo, mediante o uso da verdade, pois a verdade é Sua espada (Ef 6.17), luta com os homens, por assim dizer, e leva-os à convicção.
[7] Há três leis descritas por Paulo nos capítulos 7 e 8 de Romanos. Paulo fala da “Lei de Deus” (7.22) na qual ele tem prazer. Esta Lei é santa (7.12). Mas o apóstolo nota “...outra lei, que batalha contra a lei do [seu] meu entendimento, e [que o] me prende debaixo da lei do pecado que [estava] está nos meus membros” (7.23). E isto o levou a dizer: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (7.24). Louvado seja Deus, pois o apóstolo encontrou a solução, e então ele exclama: “Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à Lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado” (7.25). Agora, em Cristo Jesus, “...nenhuma condenação há...” (8.1), “Porque a Lei do Espírito de Vida, em Cristo Jesus, [o] me livrou da lei do pecado e da morte” (8.2). A Lei do Espírito de Vida, em Cristo Jesus, nos concede vitória sobre a lei do pecado e da morte.
[8] A vida cheia do Espírito Santo é uma vida de ações de graças e de ações motivadas pela graça soberana de Deus.
[9] O Espírito Santo condenará e desmascarará o pecado, revelando sua natureza verdadeira em termos de incredulidade, mostrando a necessidade da fé em Cristo para a salvação. Mais ainda, o Consolador vindicará a justiça de Cristo. Esta justiça será vindicada pelo fato de o Pai aceitá-LO. Sim, o Pai só reconcilia o pecador Consigo pela justiça de Cristo (cf 2Co 5.18-21). A vitória do Cristo ressurreto é o penhor da derrota final do príncipe deste mundo. O juízo resulta inevitavelmente do ato divino em redenção. O Pai entregou a Cristo todo o juízo (cf. Jo 5.22-30)
[10] As Escrituras são produto de divina expiração (“soprada por Deus”) “O que ela afirma é que as Escrituras devem sua origem a uma atividade de Deus o Espírito Santo e são, no mais elevado e mais verdadeiro sentido, Sua criação. É sobre este alicerce de origem divina que todos os altos atributos das Escrituras são construídos”. Benjamin B. Warfiel em Inspiração e Autoridade da Bíblia, citado por Geoffrey B. Wilson em As Epístolas Pastorais – PES.
[11] A palavra “espírito” aqui tem sido entendida por diversos comentaristas como referindo-se ao Espírito Santo, ou à Sua influência (vd. Vincent, Alfrod, Wuest, Foulkes, Russel Shedd, Champlin, Salmod, Hendriksen, entre outros).
[12] Nova Versão Internacional.
[13] O termo grego que a NVI traduz por impelidos é fero/menoi = pherómenoi = “sendo levados”. O termo grego é um particípio presente da voz passiva, “ser levado”, “ser movido”. A palavra era usada para descrever os navios levados pelo vento (cf. At 27.15,17) e a metáfora, aqui, é que os profetas levantaram suas velas, por assim dizer (eram obedientes e receptivos), e o Espírito Santo as inflava e dirigia suas embarcações na direção que quisesse. Homens falaram: Deus falou. Confira em Chave Lingüística do Novo Testamento Grego – Fritz Rienecker & Cleon Rogers – Edições Vida Nova, bem como em Michael Green em Segunda Epístola de Pedro e Judas – Introdução e Comentário – Série Cultura Bíblica – Edições Vida Nova & Editora Mundo Cristão. A BLH traduziu o termo grego fero/menoi = pherómenoi = “sendo levados”, como “guiados”. A BJ concorda com a tradução da NVI, traduzindo como “impelidos”. Já a ARA traduziu como “movidos”. A Bíblia ACF concorda com a Versão Revista e Atualizada, Tradução Portuguesa da VULGATA LATINA, Pelo Padre Antônio Pereira de Figueiredo um dos maiores latinistas do seu tempo, e a traduz como “falaram inspirados”.
[14] Michael Green, idem ibidem.
[15] John R. W. Stott em A BÍBLIA: O Livro Para Hoje – ABU Editora S/C.

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