A provação do homem foi absolutamente essencial, a fim de capacitá-lo à completa expressão e exercício de sua liberdade intelectual e moral.
"Suponhamos que não tivesse havido proibição no jardim; que teria sucedido à livre agência moral de nossos primeiros pais? Ainda que criados com tal capacidade, não teriam tido oportunidade de exercê-la, e isso os teria transformado, virtualmente, em escravos da vontade de Deus. O mesmo teria sucedido se Deus não os tivesse criado com o poder do livre arbítrio. Em ambos os casos teriam sido seres diferentes do homem, conforme o conhecemos hoje, e, assim sendo, não poderiam ter sido os progenitores da raça humana. Se o homem tivesse sido criado pecaminoso, isso faria com que Deus fosse o Autor do pecado – um pensamento intolerável, e teria destruído parcialmente a livre agência do homem, visto que lhe daria uma propensão para o mal." – Keyser.
O homem também não foi criado numa condição moral neutra; antes, foi-lhe outorgada uma natureza santa que, se permitida a exercer-se plenamente, sem incitamento externo em direção ao pecado e sem reação interna favorável ao mesmo, ter-se-ia expressado em caráter e conduta que também seriam santos. Esse exercício sem obstáculos da natureza moral, fora de qualquer teste, teria sido uma infração do exercício de sua liberdade moral. Era-lhe necessário ter o direito e a liberdade de escolher a retidão, e a liberdade de escolher tanto o mal como o bem.
Seu Significado.
Por provação do homem referimo-nos àquele período durante o qual ele foi sujeito a determinada prova, que consistiu de um mandamento positivo concernente à árvore do conhecimento do bem e do mal. Os resultados seriam: ou o favor continuado de Deus, por motivo de sua obediência; ou a imposição da penalidade da morte por motivo de sua desobediência.
Sua Realidade.
Gn 2.15-17 - Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. E lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Seu Período.
O período abrangido pela provação prolongou-se desde a criação de Adão e Eva até o tempo de seu fracasso e desobediência.
A provação do homem, que teve o propósito de submetê-lo à prova, abrangeu evidentemente o período de sua inocência.
A QUEDA
O homem não foi criado pecador, mas o pecado entrou no mundo dos homens através de usa própria escolha, consciente e voluntária.
Por quanto tempo nossos primeiros pais permaneceram em estado de inocência, durante o qual retiveram a imagem de Deus, da qual foram dotados por ocasião da criação, é impossível dizer.
I. Sua Realidade.
Rm 5.12: Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. (Gn 3.1-6; Rm 5.13-19; 1 Tm 2.14).
Adão e Eva, os primeiros membros da raça humana, pecaram contra Deus, e assim caíram da posição de favor e do estado de inocência em que foram criados.
II. Sua Maneira.
1. O Tentador: Satanás, por meio da Serpente.
Gn 3.1 - Mas a Serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? (Ap 12.9; 20.2).
2. A Tentação.
(1) Primeiro passo (dado pela mulher).
A mulher ouviu a tentação aparentemente sozinha, desprotegida, e próxima do local proibido.
(2) Segundo passo (dado pela serpente).
A insinuante pergunta da serpente, aparentemente inocente, mas que continha uma insinuação de dúvida acerca da palavra de Deus: “É assim que Deus disse ... ?" Também insinuou dúvida quanto ao amor e justiça de Deus, ampliando a proibição única e reduzindo as extensas permissões.
(3) Terceiro passo (dado pela mulher).
A mulher replicou e debateu com o caluniador. Ela demonstrou haver compreendido as palavaras de Gn 2.16-17.
(4) Quarto passo (dado pela mulher).
Falsificou a Palavra de Deus. Ela deixou de lado “todas” e “livremente”, e acrescentou: “nem tocareis nele”; e também abrandou as palavras “no dia em que dela comerdes, certamente morrerás” para “para que não morrais”.
(Gn 3.2, 3; Gn 2.17).
(5) Quinto passo (dado pela serpente).
Este consistiu de uma aberta negação do castigo devido ao pecado, e de acusar Deus de haver proferido mentira. Também continha outra ousada acusação. Satanás acusou Deus de egoísmo, inveja e a firme resolução de degradar Suas criaturas e dominá-las.
(6) Sexto passo (dado pela mulher).
Ela crê no tentador. Ela viu que a árvore era (ver 1 Jo 2.16) boa para comer (concupiscência da carne), agradável à vista (concupiscência dos olhos), e desejável para transmitir sabedoria (soberba da vida).
(7) Sétimo passo (dado pela mulher).
Obedecendo ao tentador, ela tomou do fruto e o comeu (a mulher cedeu, sendo enganada).
(8) Oitavo passo (dado pela mulher).
Assumiu a posição de tentadora. Ela deu do fruto a seu marido, e ele comeu também (o homem cedeu, mas não por ter sido enganado) (1 Tm 2.14). Adão desobedeceu de olhos abertos, propositadamente, em lugar de procurar ajudar sua esposa e pedir perdão para ela e proteção para si mesmo. Para ele é que a proibição e a advertência tinham sido diretamente feitas (Gn 2.16, 17). Ele é o cabeça da raça, e assim trouxe o pecado sobre toda a raça (Rm 5.12, 16-19).
III. Seus Resultados.
1 . Para Adão e Eva em particular.
(1) Evidente perda de aparência pessoal apropriada, acompanhada da consciência de nudez e senso de vergonha (Gn 3.7; Sl 104.2; Mt 13.43; Dn 12.3).
Parece mesmo que os espíritos não-caídos de Adão e Eva possuíam um halo circundante de luz, que os livrava da aparência e da consciência de nudez. Tal proteção aparentemente se perdeu por ocasião de sua desobediência e pecado, causando neles o senso de impropriedade de aparência na presença de Deus e, talvez, na presença um do outro.
(2) Medo de Deus (Gn 3.8-10).
Antes do pecado, Adão e Eva tinham sem dúvida um santo temor de Deus, no sentido de respeito reverente, mas esse temor lhes proporcionava alegria e prazer na presença de Deus. O casal, sem dúvida, tinha profunda comunhão com Deus. Eles “corriam” para Deus ao ouvirem Sua voz. Mas, agora, infelizmente nasceu-lhes uma aversão pecaminosa por Deus e pelas coisas de Deus. E esta atitude acovardada de mente e coração os impeliu a fugir da presença de Deus e se esconderam.
(3) Expulsão do Jardim (Gn 3.23-24).
Para proteger o homem de ficar eternamente fixado em seu estado caído, Deus enviou Adão e Eva para fora do Jardim. O fato de Deus ter criado o homem para ser imortal e de que a morte é conseqüência do pecado está pelo menos implícito aqui. Comer da “árvore da vida” será o destino dos redimidos, pois a árvore da vida aparece na nova Jerusalém (Ap 22.2).
Ao homem foi dado originalmente o privilégio de comer livremente da árvore da vida (Gn 2.9, 16-17), mas por causa do pecado, o homem perdeu esse direito e Deus colocou essa árvore na lista de proibidos para esta vida.
O homem foi expulso (“divorciado”) do Jardim para cultivar o solo e Deus colocou querubins à porta do Éden “guardando o caminho para a árvore da vida”. Por causa do pecado, o único caminho de volta à presença de Deus é através do Senhor Jesus Cristo.
(4) Auto-justificação (Gn 3.7).
(5) A Imagem Maculada (corrompida ou caída) de Deus no Homem.
Sobre este assunto reservamos um bom espaço, e não há necessidade de falar a seu respeito. Mas se o leitor quiser anteceder, por favor, reporte-se à epígrafe “A Imagem de Deus”.
(6) Maldição sobre Eva (Gn 3.16).
Embora Deus havia criado a mulher para a reprodução e havia ordenado à Eva que fosse frutífera e se multiplicasse, esse papel funcional designado por Deus agora haveria de ser desempenhado com grandes dores. Assim sendo, as tremendas dores de parto são resultantes da queda, para as mulheres, assim como o “trabalho” para os homens.
E o conflito entre o homem e a mulher também foi resultante do pecado. A palavra “desejo”, conforme é usada em 3.16, não tem sentido sexual ou emocional, mas carrega no seu bojo a idéia que é expressa em Gn 4.7 acerca da natureza do pecado – “ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo” (NVI).
Repare especialmente que Deus declara que o homem terá domínio (senhorio) – “e ele a dominará”. Também em Gn 3.20, Adão exerce senhorio ao dar o nome de Eva à mulher, como fizera com os animais. Por outro lado, a mulher natural desejará controlar seu marido, e daí surge o conflito. Antes da queda, a submissão não era problema. Após a queda, a submisaõ da mulher ao homem tem lugar através de bastante tensão e rivalidade. Somente em Cristo, com o poder do Espírito, essa submissão ocorre.
2. Para a Raça em Geral.
Visto quer Adão era o cabeça federal da raça humana, sal ação foi representativa. Por conseguinte, aquele pecado, além de individual, foi a mesmo tempo racial. Houve, portanto, resultados que caíram sobre toda a espécie humana em conseqüência do pecado de Adão.
(1) A terra foi amaldiçoada par não produzir apenas o que é bom, exigindo trabalho laborioso por parte do homem (Gn 3.17-19).
(2) Resultou em tristeza e dor para a mulher no parto, bem como sua sujeição ao homem (Gn 3.16).
(3) Todos os homens são pecadores e estão debaixo da condenação (Rm 5.12; Rm 3.19; 3.9-10, 22, 23; Is 53.6; Gl 3.10; Ef 2.3; Jo 3.36).
(4) Resultou na morte física e espiritual dentro do tempo, e na penalidade ameaçada da morte eterna (Gn 2.17; Rm 6.23; Ez 18.4; gn 3.19; Gn 5.5; Rm 5.12).
(5) Os homens não-redimidos acham-se em impotente cativeiro ao pecado e a Satanás, e são considerados filhos do diabo (Rm 7.14, 15, 23, 24; I Jo 3.8-10; Jo 8.33-35; Ef 2.3; Jo 8.44; I Jo 5.19).
A transgressão do homem foi, como crime, a pior enormidade. Quanto à sua natureza, não foi mera desobediência à lei divina por parte do ofensor. Foi a mais crassa infidelidade, o dar crédito antes ao diabo do que a Deus; foi descontentamento e inveja, ao pensar que Deus lhe havia negado aquilo que era essencial para sua felicidade; foi um orgulho imenso, ao desejar ser igual a Deus; foi furto sacrílego, ao intrometer-se naquilo que Deus havia reservado para Si, como sinal de Sua soberania; foi suicídio e homicídio, ao trazer a morte contra si e contra toda a sua posteridade.
(6) Violência e homicídio.
Sendo Caim o primeiro assassino, pois matou ser irmão Abel (Gn 4.8). Desde então, a violência tem sido constante e a criminalidade aumenta cada vez mais.
(7) A corrupção geral do gênero humano.
A maldade do homem se multiplicou por toda a terra (Gn 6.5, 11, 12). Não obstante, o castigo de Deus pelo dilúvio, o homem não deixou de praticar a maldade.
(8) Enfermidades
Is 1.6, fala do estado lastimável do pecador.
Discípulos de Cristo Jesus
Vivendo Para a Glória de Deus!
A vida cristã deve ser vivida para a glória de Deus somente. Em tudo o que nos empenhamos e fazemos devemos procurar a glória de Deus. Paulo chegou a dizer que até mesmo as coisas mais curriqueiras da vida como o beber e o comer devem ser feitos para a glória de Deus (1Co 10.31).
Nenhum de nós viveremos na plenitude se não vivermos voltados para a glória de Deus. Pois, a plenitude da vida está em viver para a glória de Deus. A glória de Deus produzirá a verdadeira vida plena de satisfação em Deus.
O pastor e escritor John Piper foi feliz quando afirmou que Deus é mais glorificado em nós quanto mais nos alegramos Nele. A glória de Deus e nossa alegria são faces de uma mesma moeda. Quando procuramos verdadeira satisfação vislumbramos e refletiremos a glória de Deus. Pois, a verdadeira alegria resulta na contemplação apaixonada do único ser no universo que tem toda a glória e beleza. A contemplação da beleza de Deus nos deixa encantados e sobressaltados ante inenarrável resplendor.
O Breve Catecismo de Westminster indaga: Qual o fim principal de todo o homem? Ele mesmo responde: O fim principal de todo homem é glorificar a Deus e se alegrar Nele para sempre.
A nossa alegria e a glória de Deus é o propósito de Deus para nossas vidas e o alvo da vida cristã. Toda a plenitude da vida cristã se resume na contemplação do Ser eterno de Deus na Pessoa maravilhosa de Cristo Jesus pela obra persuadora e renovadora do Espírito Santo.
Soli Deo Gloria!
Nenhum de nós viveremos na plenitude se não vivermos voltados para a glória de Deus. Pois, a plenitude da vida está em viver para a glória de Deus. A glória de Deus produzirá a verdadeira vida plena de satisfação em Deus.
O pastor e escritor John Piper foi feliz quando afirmou que Deus é mais glorificado em nós quanto mais nos alegramos Nele. A glória de Deus e nossa alegria são faces de uma mesma moeda. Quando procuramos verdadeira satisfação vislumbramos e refletiremos a glória de Deus. Pois, a verdadeira alegria resulta na contemplação apaixonada do único ser no universo que tem toda a glória e beleza. A contemplação da beleza de Deus nos deixa encantados e sobressaltados ante inenarrável resplendor.
O Breve Catecismo de Westminster indaga: Qual o fim principal de todo o homem? Ele mesmo responde: O fim principal de todo homem é glorificar a Deus e se alegrar Nele para sempre.
A nossa alegria e a glória de Deus é o propósito de Deus para nossas vidas e o alvo da vida cristã. Toda a plenitude da vida cristã se resume na contemplação do Ser eterno de Deus na Pessoa maravilhosa de Cristo Jesus pela obra persuadora e renovadora do Espírito Santo.
Soli Deo Gloria!
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